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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
A desgraça japonesa faz-me lembrar da central de energia nuclear em Ferrel, Peniche, parada pela pressão popular (1976). A isso Fausto dedicou "Rosalinda" (dizendo " ... pois os que mandam no mundo só vivem querendo ganhar mesmo matando aquele que morrendo vive a trabalhar ..." diante de uma " ... central / que para alguns é nuclear / mas para muitos é mortal ...").
"Rosalinda se tu fores à praia se tu fores ver o mar cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mara branca areia de ontem está cheinha de alcatrão as dunas de vento batidas são de plástico e carvão e cheiram mal como avenidas vieram para aqui fugidas a lama a putrefacção as aves já voam feridas e outras caem ao chãoMas na verdade Rosalinda nas fábricas que ali vês o operário respira ainda envenenado a desmaiar o que mais há desta aridez pois os que mandam no mundo só vivem querendo ganhar mesmo matando aquele que morrendo vive a trabalhar tem cuidado...Rosalinda se tu fores à praia se tu fores ver o mar cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-marEm Ferrel lá p´ra Peniche vão fazer uma central que para alguns é nuclear mas para muitos é mortalos peixes hão-de vir à mão um doente outro sem vida não tem vida o pescador morre o sável e o salmão isto é civilização assim falou um senhor tem cuidado..."jpt