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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Mão amada, deslocada a Neilspruit (aka Mbombela), trouxe-me o último livro do genial e muito cá de casa Madam & Eve, este Twilight of the Vuvuzelas. Sempre um impiedoso e amoroso espelho do grão-vizinho,
Na voraz leitura (Madam & Eve está online mas livro é outra coisa) deparo-me com uma particular pérola. E não posso deixar de aqui a colocar, com a memória adequada: no último Mundial de Futebol houve uma campanha publicitária ofertando vuvuzelas em Portugal. A autoria era de um velho amigo meu,o Pedro Bidarra. Insurgi-me (uma picardia olivalense também) contra a importação desse demoníaco instrumento para o meu país. Corneta diabólica essa que veio a ser proibida, primeiro por alguns clubes europeus e depois pela própria UEFA. Em defesa do bem-estar do público, do próprio jogo e também da democrática diversidade cultural. Nessa insurreição anti-corneta muito me surpreendeu a atitude de uma antiga jornalista, moçambicana de luso-ascendência vituperando "os portugueses" (eu) com a sua arrogância e "grupos de ódio" (eu), a qual a este propósito propôs que se barrasse o acesso dos meus patrícios ao país. Imbecilidade aqui seguida por uma outra jornalista luso-conectada, basto ordinária. E partilhada ("links" disseram-no) por uma boa mão-cheia de lusas-descendentes, sempre muito ciosas de marcar a sua identidade através do "afasta, afasta o meu didal ..." [e nisso quantas vezes utilizando o vitupério ideológico-moral, "eles" (plural étnico) sempre superiores pois democráticos face à corrupção imperialista alheia, ainda que nós em pleno XXI e partilhando Natais nas moimentas das beiras].
Bem, sobre essa questão de estratégias identitárias, ignaras mas também torpes, aqui deixo sobre as tais vuvuzelas uma criação dos obviamente tugas infectos e colonialistas, atreitos e produtores de grupos de ódio, esses que essas "muito moçambicanas genuínas têm que contrariar" e combater, ciosas da sua endógena moralidade, Stephen Francis e Rico. Uma tira aqui deixada com um sorriso de desprezo, que não há respeito face a tamanha desonestidade ...
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