Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Há algum tempo deixei aqui resmungo sobre o plágio nos trabalhos escolares. E já meti outros lamentos do mesmo teor. Mas agora, um agora-mesmo, contacto com outra característica destes processos de "auto-avaliação", tipo posfácio dos plágios. Só ontem deparei-me com três exemplares desta nova metodologia de discência universitária.
Os alunos copiadores vêm reclamar das notas, são-lhes mostrados os corpos dos delitos (os putrefactos e mal-cheirosos textos recolhidos em profanações de cemitérios informáticos) e ficam olhando fixamente o professor, aliás o pobre detective. Assim como se ameaçadores, se provenientes do contexto cowboyesco se feitos curandeiros naparama ainda não percebi. Mas com toda a certeza que daqui a alguns (poucos) semestres que haverá resposta sobre métodos e origens destes proto-doutores.
Até talvez minha, talvez consiga sobreviver a tão radicais maus-olhados. Pois que "vacinado" já fui, e não foi em Maputo mas nos Nortes e Centros profundos. E também sei fazer o "tal olhar"
Mas até onde chegará a arrogância desta gente? Ou, des-moralizando isto, não estaremos a viver um radical processo social, e suas transformações nas representações sociais? Não será que o que um antes foi partilha (e reprodução) de saber - quantas vezes excessivamente hierarquizada, até hierática - se está a tornar mera concorrência horizontal por estatutos sociais e privilégios económicos? Feita sem suor nem lágrimas, apenas de sangue?
Entretanto, pelo sim pelo não, vou ali calibrar o meu "colt". Mas o que poderá ele contra essas AKs?
jpt