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Os Batmen suíços

por jpt, em 21.08.11

 

Relativamente à crise portuguesa, europeia e, até, mundial, abaixo um simpático comentador, com toda a certeza muito jovem e como tal desconhecedor da gigantesca mutação sociológica em Portugal nos últimos trinta anos, refuta e invectiva o real sob o argumento que Portugal não é a Escandinávia ou similar e que, como tal, este tal real não o é nem pode ser, nem mesmo poderá vir a ser (não o real não é mágico, ídolo. Mas vai existindo ...). Sendo ali comentário único é, no entanto, similar a uma opinião generalizada que é, até, o húmus do "indignismo", tão comum nestes dias. Entetanto no jornal Público a colunista Teresa de Sousa coloca: "A questão é: como é que se renova o contrato social nas novas condições da globalização?" (citada pelo atento Pedro Correia). É exactamente isso que quis deixar, mais palavroso e mais higiénico na questão sobre o "quem ouvir", no tal texto ali em baixo.

 

Ou seja, há profissionais do tal "contrato social" (passo, neste sítio, a discussão sobre o escorregadio termo), cientistas sociais. Muitos deles indignistas, que isto é a era da "epistemologia do engajamento". Mas, com toda a certeza, pelo menos alguns pensadores. É tempo de botarem, pensar partilhando - e não apenas sobre economia política. "Falem agora ou calem-se para sempre".

 

Que o resto é ... Quino.

 

jpt

publicado às 22:34


1 comentário

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De jpt a 22.08.2011 às 01:37

AMCD estamos num eixo de dois postais (o anterior e este) Em ambos está colocada uma questão que entronca na citação que acima fiz, de Teresa Sousa "como se renova o contrato social?" (o Lenine perguntou "Que Fazer" [e respondeu à maneira dele]). Desculpar-me-á o hipotético egocentrismo mas não está aqui nenhum aceitar acrítico do "real" (que não é um objecto incontornável mas não é um sonho, e muito menos cor de rosa [agora é sem hífen, não é?]). Mais, em ambos os textos há um perspectivar da necessidade de haver vozes (profissionais, no meu entender) que se possam fazer ouvir - não é uma aceitação acrítica, mais uma vez. O que não é aceitável é continuar o discurso indignista, que isto tem que continuar nos mesmos moldes e até para melhor. As condições mudaram radicalmente, e ainda bem [e é este ainda bem que o neo-comunismo reaccionário [um século depois a esquerda europeia continua igualzinha ...] nunca coloca. Reduzir as diferenças sociais internas no eixo europeu (e as nacionais também, já agora)? Sim. Mas não basta resmungar isso, ou gritar. Mudou, e as perspectivas sobre a organização interna social dos países tem que mudar. É muito cedo para pensar, no calor da crise? Não, é pavorosamente tarde. Por incompetência social, e no caso que refiro por imbecilidade sociológica e epistemológica, essa nafta poluente do "engagismo", que é ideológica, supra-reaccionária como se vê agora, incapaz de aceitar a perda de benefícios e privilégios de ... nação.

Quanto ao resto, Portugal não é a Noruega? Não, mas beneficiou (E ainda bem) das últimas décadas do modelo de desenvolvimento pós-II GM europeu. Fazer birra porque não enriquecemos tanto como os suecos ou dinamarqueses (ou franceses) não vale de nada. Ainda para mais quando estamos em coalisão económica (e social) com eles, e dependemos intelectualmente dos EUA e da França (as palhaçadas "fracturantes" vieram d'álem-mar e os liftings dos neo-comunistas das tipas giras são a la Paris). Fazer-nos à vida, é o que falta. E nesse fazer-nos à vida para que a conversa não seja só dos economistas (falha, como todos vêm agora) ou dos economistas políticos (estes no aqui d'el-rei com o exterior) ou, tão pior como, dos "engenheiros" que tanto prejudicaram o país, seria bom que quem vive pensando o social pudesse desindignar-se ou poluir-se de real e viesse extrapolar como reorganizar a prática. Em vez das BE(b)ezices da última década, tão sonoras nas corporações que refiro.

Cumprimentos

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