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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Várias vezes aqui tenho falado do António Cabrita (e ele vai torrencialmente blogando no seu Raposas a Sul). Sou nisso fiel à ideologia do amiguismo, claro. De quando em vez, nos raros momentos em que estamos desafogados, pagamo-nos reciprocamente os afagos mútuos. Em parcos whiskies, quando dá para tanto, ou numa ronda de 2M. O Cabrita é um patrício aqui relevante, como fulgurante professor cada vez mais reconhecido, como produtor literário (que é uma expressão que não se costuma usar), a elevar o que lhe pede amparo, como autor de vários trabalhos significativos em áreas bem diferentes. Nestes seus anos de imigração foi-se aqui tornando uma personalidade, no campo literário, no campo cultural. Um gajo bem raro.
Há algum tempo aqui ecoei a edição brasileira do seu romance A Maldição de Ondina, ainda inédito em Moçambique e em Portugal (publicado pela editora Letra Selvagem). E não deixa de ser significativo (e digo-o com um esgar) que um autor como o Cabrita publique o seu primeiro romance no Brasil, sem que os nossos vizinhos aqui o publiquem. E já nem falo da distante "pátria amada", onde medrou um estranho mundo editorial, ao que me consta.
De certeza que devido a toda esta minha atenção um leitor do ma-schamba acaba de me enviar este recorte do jornal Folha de São Paulo, com uma crítica ao referido "A Maldição de Ondina" feita pelo escritor brasileiro Nelson de Oliveira. Os elogios são superlativos. É certo que as críticas valem o que valem. Mas, caramba, esta é de fazer corar um desalmado. E de fazer prever uma boa recepção do livro no Brasil. Que induza uma porta escancarada à restante, e prolixa, verve cabritiana. E a reforçar a atenção noutros lugares.
jpt