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Depois do postal abaixo, e antes que me chegue algum comentário, não resisto a esta pequena adenda, muito a propósito. O jornal português "Público" (que é um jornal dito "de referência") acaba de renovar o seu visual. Soube disso no facebook, num texto colocado num grupo de jornalistas portugueses, com mais de 2 mil inscritos, até porque aberto a quem tenha interesse pela comunicação. É um curto texto, desagradado com as inovações. Quatro breves parágrafos. Nesses curtos quatro parágrafos há espaço para por quatro vezes se criticar a contratação de estrangeiros, desses que ganham imenso dinheiro, que não percebem nada de Portugal nem dos portuguees, que não são melhores do que os especialistas nacionais, etc.

Não resisti e lá deixei um comentário até-nada-irónico sobre isso da contratação de estrangeiros. O texto tem dezenas de "likes" ("gosto"(s), aprovações no facebook) e de comentários. Vários são de jornalistas conhecidos, alguns até "culturais", alguns figuras conhecidas da "esquerda" informativa. Neles não há nem crítica, nem mesmo mera referência, a essa óbvia, explícita, xenofobia económica-cultural. O meu comentário suave não teve reparo, nem mesmo um singelo "vá à merda".

Alguns dirão que ali o assunto é outro, o tal design. Pois é, nestas coisas o assunto é sempre outro.

Realmente, não há nada de novo sob este Sol.

jpt

publicado às 02:15


2 comentários

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De alfredo mendes a 08.03.2012 às 03:24

Pelo que me toca, preciso que não tenho, nunca tive nem terei uma postura bacoca e parola contra tudo o que da estranja nos chega - mesmo devido a elevado cachet. Idem quando se verifica o inverso. Ora, como ao longo de mais de 30 anos de actividade jornalística observei, dezenas e dezenas de vezes, à menorização, à indiferença, mesmo ao achincalhe das ideias expostas por jornalistas portugueses, para, anos depois, contratarem especialistas estrangeiros que acabaram por defender exactamente o mesmo, não podia, não posso nem poderei manifestar a minha repulsa mediante semelhante obsessão. Mas nem só no jornalismo se verifica tal deslumbre. Recordo inúmeros alertas, relatórios, levantamentos, dossiês sobre o futuro do país que tiveram como destino o caixote do lixo. Por fim, num hotel de cinco estrelas, com pompa e circunstância, um ou outro guru estrangeiro (contratado a peso de ouro, obviamente)vinha enfatizar o mesmo e... oh!, só faltava o desmaiar da donzelia tomada de amores perante o brilho ofuscante de tais vedetas andantes. O resultado, em todos os sectores, está à vista. E que revolução, que fascínio, que lufada de ar fresco nesse "Público" então desenhado por Henrique Cayate - português. Mas, claro, podia bem ser estrangeiro.
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De jpt a 08.03.2012 às 08:56

O encanto pelo estrangeiro, quantas vezes bacoco, o velho ditado "santos da casa não fazem milagres"... Não vou discordar do que diz sobre a auto-subalternização que refere, quantas vezes criticável, a expurgar. No entanto o anti-estrangeirismo que transborda do texto referido, ainda para mais produzido por um profissional da palavra, muito ultrapassa essa auto-crítica cultural. E passa, incólume, no seio de um conjunto alargado de colegas e outros observadores da imprensa. Para mim o "ambiente intelectual" que entreabre é interessante, ainda para mais quando - no meio mais particular onde habita este blog - tantas vezes se fala das pressões anti-estrangeiras, existentes ou a esperar.

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