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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Ontem, num documentário que passou na RTP2, Laurie Anderson quase me convenceu. O discurso da urgência manifesta na maioria da juventude - este foi o indicador utilizado - na construção de uma outra forma de 'olhar o mundo' era legítimo e bem sustentado. Quase não lhe resisti.
Então o que me fez resistir-lhe, ou melhor, o que me impediu de aplaudir no imediato as suas palavras? O facto de não ser, de maneira nenhuma, a maioria da juventude. Note-se que a conversa, em tom de testemunho, centrava-se nos movimentos activistas a nível mundial, sobretudo do 'Occupy Wall Street' mas Laurie esqueceu-se de referir as reações (essas sim) maioritárias contra essa, e outras, iniciativas.
Mesmo assim foram pistas importantes e bem esgrimidas para a necessidade de mudança de perspectiva, de um 'new point of view' global. Confesso que senti grande empatia quando ela afirmou: "Está tudo a colapsar e é tão bom assistir a isso". Há em mim um certo prazer mórbido ao pensar este ideal de organização social e económica desmoronado. Ou, pelo menos, em conseguir assistir ao seu colapso efectivo.
Com todas as consequências inerentes, necessariamente acontecerá um outro 'olhar o mundo'. A construir, ainda.
O documentário é uma produção e realização portuguesa de 2012 e não está disponível para reprodução in-blog. Assim, deixo este Homeland.
VA