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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Muito complexa a situação na África do Sul, mostra-o bem a desgraça de Marikana. A ler sem ser a preto-e-branco ["Mais do que perorar sobre o assunto urge acompanhá-lo.", botei lá em baixo].
Mas, lateralmente, permite também algumas outras considerações. Em particular sobre o meu país, sobre a situação que vive há décadas, sobre isto a que chamam "crise" e que é bem mais do que isso (mudança sistémica). A que não se olha nem olhou, gente enredada no seu jardim de pequenos privilégios ou quase-nulos, mas mesmo se assim tão enleante. Um país da gente de palavra pública a não olhar o mundo (que a restante vai emigrando). E para isso provar recorro de novo à lucidez do Pedro Correia "Estranhamente, ou talvez não, estes massacres não parecem suscitar ondas de indignação entre os bem-pensantes do costume. Em Lisboa, por exemplo, as habituais agremiações de manifestantes nem sequer convocaram uma concentração junto à embaixada da África do Sul. Não houve um comunicado. Nem uma declaração. Nem uma frase a exigir justiça ao Presidente Jacob Zuma. O rastilho da indignação fácil vira-se agora para Londres, onde Julian Assange está refugiado na embaixada do Equador, país que lhe garantiu "asilo político"."
Só sobrou isto, o pensamento autocentrado, comandado. O agit-prop da causa fácil. O impensamento esganiçado. Até quando terão quem os ouça?jpt