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O globo visto de (algum) Portugal

por jpt, em 28.08.12

Muito complexa a situação na África do Sul, mostra-o bem a desgraça de Marikana. A ler sem ser a preto-e-branco ["Mais do que perorar sobre o assunto urge acompanhá-lo.", botei lá em baixo].

Mas, lateralmente, permite também algumas outras considerações. Em particular sobre o meu país, sobre a situação que vive há décadas, sobre isto a que chamam "crise" e que é bem mais do que isso (mudança sistémica). A que não se olha nem olhou, gente enredada no seu jardim de pequenos privilégios ou quase-nulos, mas mesmo se assim tão enleante. Um país da gente de palavra pública a não olhar o mundo (que a restante vai emigrando). E para isso provar recorro de novo à lucidez do Pedro Correia "Estranhamente, ou talvez não, estes massacres não parecem suscitar ondas de indignação entre os bem-pensantes do costume. Em Lisboa, por exemplo, as habituais agremiações de manifestantes nem sequer convocaram uma concentração junto à embaixada da África do Sul. Não houve um comunicado. Nem uma declaração. Nem uma frase a exigir justiça ao Presidente Jacob Zuma. O rastilho da indignação fácil vira-se agora para Londres, onde Julian Assange está refugiado na embaixada do Equador, país que lhe garantiu "asilo político"."

Só sobrou isto, o pensamento autocentrado, comandado. O agit-prop da causa fácil. O impensamento esganiçado. Até quando terão quem os ouça?jpt

publicado às 01:08


3 comentários

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De umBhalane a 01.09.2012 às 23:19

Quanto à esquerdalhada e afins, está certo.

Convém também não esquecer os revolucionários libertadores e oportunistas afins do "interior".

Estão sintonizados.
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De Jorge Vargas a 29.08.2012 às 18:40

Imagina tu, Zé, que era um governo (ou um partido) de brancos que permitiam esta pouca vergonha... Estava iniciada a III Guerra Mundial, é o que era! Desconta lá no exagero, sim?...
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De jpt a 30.08.2012 às 01:33

Vamos a ver: se fosse um "governo (ou um partido) de brancos" num contexto africano sim, caíria o Carmo e a Trindade. Já não é tempo para situações dessas. Mas a questão não é essa: aí se fosse um sítio de brancos (brancos mesmo, europeus ou euro-descendentes, para seguirmos o sentimento daí) caíria o Carmo e a Trindade. Particularmente se o poder não fosse aparentado com a Internacional Socialista (já agora, naõ tenho a certeza, mas muito provavelmente o ANC deve andar por essas águas institucionais, apesar de ter ainda as características de um frente nacional, ou seja, um albergue espanhol). Como não é, como é coisa "fora" do que realmente conta, a esquerdalhada aí, como muito bem aponta o Pedro Correia, nem um comunicado emite. E a esquerdalhada anónima, que se acotovela no facebook a "memezar" as bacoradas da agit-prop também nem tecla nem muge sobre o assunto

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