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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
O ano lectivo do ensino português começa para a semana. A Escola Portuguesa de Moçambique reabrirá as suas portas, para bem dos seus alunos e descanso dos respectivos encarregados de educação. Globalmente a escola funciona bem, e se tudo o que é humano é criticável neste caso o saldo é bem positivo. Está portanto de parabéns a Escola Portuguesa de Moçambique.
E, muito em particular, porque consegue deixar uma mensagem no seu sítio electrónico, anunciando as modalidades de "receção" dos alunos (que começarão no dia 3 de "setembro" e prosseguirão), em que não abundam os erros ortográficos. Tem, mas não são abundantes. Coisas deste Acordo Ortográfico, a tralha que alguns dizem ser inconstitucional, a tralha que o secretário de Estado (ou "estado"?) diz ter que ser revista (e, se assim é, como pode ser ensinada neste formato?), a tralha que, assim sendo, está à experiência. Claro que a desobediência cívica é difícil de exigir aos funcionários do Estado, como são os docentes. Claro que é desumano criticar uma pequena falha (quem não as comete?). Mas tudo isto é sintomático da confusão gerada por esta tralha ortográfica: apesar do cuidado (óbvio) e da competência (reconhecível) a Escola recebe (receciona?) os alunos e encarregados de erro ortográfico em punho (já vi na internet denúncias de situações muito piores, escolas com grafias anárquicas).
Já agora, e para que não se diga que agrido a EPM (a obedecer o melhor que pode às dementes ordens oriundas dos saudosistas homográficos) será de consultar com algum detalhe o sítio do Instituto Camões Maputo, sede local da versão portuguesa do português. E ver como também, apesar do evidente esforço, a confusão gráfica ali reina, uma evidente heterografia.
A minha solidariedade para os que, em ambos os sítios e nos respectivos "sítios", têm que viver com o Alzheimer lusotropicalista.
jpt