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António Hespanha

por jpt, em 31.08.12

Em meados dos anos 90s trabalhei na "Comissão dos Descobrimentos". Foi um período breve numa belíssima casa, cheia de gente super-competente, entusiasta. E uma equipa muito jovem, àvida de fazer e de induzir realizações. Entrei quando António Hespanha substituíu Vasco Graça Moura como comissário da CNCDP. Essa bela equipa já lá estava, na maioria continuou, e foi reforçada com alguns quadros. E foi um privilégio conhecê-los. E aprender.

Foi também nessa altura que conheci "o Hespanha", como a gente o chamava, como tantas vezes ele induzia, académico de grande porte nada dado aos tiques cardinalícios, tão recorrentes na corporação, e que tanto apoucam tantos graduados. Vinha célebre entre os historiadores, pelo seu rigor e excelência. Pelo que então vi, enquanto estive na "Comissão" e depois, já em Maputo, com ela articulando acções, e até o recebendo em quasi-épicas viagens, "o Hespanha" foi então um homem com uma brilhante concepção dos conteúdos daquele ciclo comemorativo nacional, nisso se demonstrando um intelectual de mão-cheia. E, coisa tão importante, um tipo muito decente. Raro, até porque isto da excelência e da decência nem sempre convivem.

Agora leio que o dispensaram da Universidade Autónoma por, muito pacificamente, ter dito sobre o ensino superior privado português um conjunto de ideias que são generalizadamente comungadas. Como ele próprio diz no seu blog: Conversas: "Esta opinião é, de resto, favorável à real autonomia e a um desenvolvimento correto e sustentado das universidades privadas, como hoje está patente, pela positiva – veja-se o caso da Universidade Católica - e pela negativa."

Uma vergonha. Que arrasta pela lama a tal Universidade Autónoma. Mas que mostra bem o ambiente fedorento da "gasta pátria". (Sim, sei que vai gente aparecer a resmungar contra o homem, a dizer que é ou foi comunista, que isto-e-aquilo, que "morde na mão que o alimenta" - estou mesmo a ver essa -, que etc. e tal. Trastes assim a sublinharem, como se fosse preciso, o tal fedor).

jpt

publicado às 09:26


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