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Arte Étnica

por jpt, em 25.10.08

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Ixelle, bairro de Bruxelas, dito "Matongué", cognome atribuído devido à elevada percentagem de população de origem africana que aí habita. O monumento, ali colocado por oferta de uma organização benfeitora [e aparentemente sem nomeação do(s) autor(es)], é explícito. Uma estátua de homem feita de material militar reaproveitado.

Até que ponto esta (óbvia) institucionalização do reproveitamento de armas enquanto matéria-prima artística, projecto(s) e corrente artística que tem vindo a ser muito apoiada por organizações não-governamentais e religiosas, não significa o reificar de uma visão de África e a consolidação de uma "arte étnica", também ela padronizada, em formas e conteúdos, em modalidades de recepção? Uma "áfrica" a pacificar, uma "áfrica" homogénea, uma "áfrica" onde a comunicação artística é literal, portanto uma "áfrica deficitária". A leitura do largo bruxelense parece-me óbvia. (Eu, pela minha sensibilidade, neste registo prefiro o ébano.)

publicado às 20:12



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