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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Um grupo de indivíduos que se identificam com o bairro lisboeta do Casal Ventoso foram à Praça do Marquês de Pombal e no pedestal da estátua que lá habita grafitaram "Reservado ao SLB", já antevendo a festa da vitória no campeonato nacional de futebol. Nos locais públicos da palavra (jornais e blogs) vejo vários lamentos pela nada estética e até vândala atitude. E leio uma declaração dos serviços da câmara municipal lisboeta, dizendo que irão limpar a estátua e lamentando ter que gastar um qualquer milharzito de euros nisto. Fico estupefacto. Porquê? A cidade está pejada de grafitanços. Mesmo um pouco acima daquele local, na Fontes Pereira de Melo, a câmara entregou uns prédios devolutos - enquanto não eram transformados em torres de vidro pelos "industriais da construção civil" - à chamada "arte de rua" (em inglês, sempre). Lisboa é, literalmente, uma cloaca gráfica. Nos bairros históricos, nos bairros centrais, nos arredores.
Em assim sendo qual a razão desta tão selectiva vertigem purificadora? Que torpe preconceito leva a que se limpe o pedestal do "Marquês" e se deixe (e até promova) a javardice (meta)circundante. Um preconceito contra o Benfica? Contra o futebol? Contra o Casal Ventoso? Ou contra aqueles que não disfarçam a merda que fazem dizendo-a arte?
Apague-se antes a câmara, sff. E deixe-se esta "reserva". E parabéns aos benfiquistas ("Capelas" à parte, têm jogado à bola).