foi-se hoje embora. Assim mesmo.
Nunca foi machambeiro, reconhecíamos o
o antigo marinheiro em todo esse mar,
nesses tons do impressionista do bairro Romão.
Dizem-me que procuraste a água no fim, esse que chegou súbito, ainda sem teres arranjado aquele barco que era teu sonho desejo.
Fico-me com um mar teu na parede, que sempre me lembra o dia que o carreguei, aquele dia do Bento Mukezwane. Fico-me sem te ter ido buscar ao Infulene, com Idasse claro está, porque é natureza deitarmos fora a vida. Fico-me a lembrar, hoje, coisas comuns lá pelo "Franco", breve breve mas ainda deu para qualquer coisa, essa exposição mais que tudo. Fico-me, e estou-o agora, a lembrar essa gargalhada de corpo grande, prantada num célebre rodízio com Sitoe, Gemuce e o Dentinho, num antes-do-Porto, tempos tão mais felizes, mais imortais ainda. E fico-me nos almoços no teu Romão, nessa casa de portão grande, e lá ao fundo, tão fundo, recortando o mar aquela linha de árvores que te enchia as telas...fico-me sem termos bebido aquele copo combinado.
Andamos a desperdiçar a vida Zanda. Fico-me com palavras, essas que dizias terem "ritmo, teixeira, tens ritmo". Sim, talvez, mas sem cores.
(foto e reprodução inicial do catálogo da individual "
Um Homem com Muitos Amores", 2001; 2ª reprodução do catálogo de "
Outros Olhares", Fundação Júlio Resende, 1999).