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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Daqui a bocado, à 1 da manhã (23 em Portugal) na estação SIC Notícias o programa "Expresso da Meia-Noite" abordará Moçambique. Entre os convidados estará o nosso FF (Fernando Florêncio, no seu avatar de professor de antropologia em Coimbra). Para quem não receba o canal (eu, por exemplo) refiro que no "sítio", acima ligado, será colocada a gravação.
Também estará presente o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas do governo português José Cesário. Nada me move contra este membro do governo. Muito menos, como é óbvio, contra as comunidades portuguesas (entidades meio míticas a que eu, veterano emigrado, voto particular simpatia). Mas permito-me referir isto: nos últimos meses foram raptados em Moçambique dois imigrantes portugueses e dois luso-moçambicanos. Sobre o assunto já falou este mesmo secretário de estado, o actual vice-primeiro ministro e (muito mal, diga-se) o próprio Presidente da República. Agora de novo o secretário de estado das comunidades. Isto aparenta alguma verborreia (entenda-se, exactamente o antónimo exacto da palavra "diplomacia"). Noutros tempos portugueses, e face à complexa situação política em Moçambique (a qual também inclui o frisson sobre o ciclo de criminalidade urbana), quanto muito falaria, e com toda a parcimónia que a racionalidade político-diplomática impõe, o secretário de estado dos negócios estrangeiros e da cooperação.
Não será preciso ser grande águia para retirar daqui duas considerações: uma alteração totalmente casuística da política externa portuguesa face a Moçambique (pois assim agora denotado como predominantemente local de emigração nacional); o esfacelamento do próprio MNE ocorrido sob a governação de Passos Coelho. Sou completamente insuspeito de simpatias cegas pelo PS (estão aqui os arquivos do ma-schamba para o comprovar). Mas para quem conheceu "secretários de estado da cooperação" com a dimensão de José Lamego, Luís Amado e João Gomes Cravinho, é completamente patético acompanhar o ramalhete de SENECs que Passos Coelho tem vindo a apresentar. Talvez por isso o silêncio agora. Sem outro significado, afinal, que o do vácuo?
(É óbvio que sai isto da minha irritante cabeça, e que o bom do FF não tem responsabilidade nenhuma na minha resmunguice, apenas me avisou que ia lá estar a falar.)