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Byrne em Cascais

por jpt, em 25.05.10

Abaixo o ABM disserta (e mostra) Byrne em Cascais. Não vou à ex-vila hoje subúrbio há já alguns anos - tenho visitado uns aprazíveis arredores onde parte da família vive. Como tal fico agora estupefacto com o mamarracho ali plantado. E não só pelo tamanho. De tal forma que repito a fotografia do ABM e repito-lhe o tema. Lembro-me que há para aí 25 anos tinha vários amigos a estudarem arquitectura. O nome de Gonçalo Byrne era então constantemente invocado como grande arquitecto, um caminho a seguir. Essa era a era da construção das torres das Amoreiras e Tomás Taveira, o seu projectista, unanimemente execrado, seja por aprendizes de arquitecto seja por aprendizes de cidadão [isto foi antes do célebre "caso Taveira" que deleitou a sacristia portuguesa, o tenebroso episódio que hoje se poderá reconhecer como o primeiro AVC do ciclo que veio a vitimar a sociedade democrática portuguesa]. E se Siza (ou Soutinho, ou alguns outros) eram incensados, Byrne surgia como exemplar, orgulho da geração nova, farol até.

O ano passado fui a Coimbra e lá vi junto ao Mondego uns inenarráveis monstros. A meu lado, arquitecto residente lá resmungou: "coisa do Byrne". Agora este trambolho até imoral. E fico-me a pensar. No que a vida faz às pessoas, com toda a certeza. Mas também, e como desde então, que isto dos arquitectos são gente perigosa - mais a sua ideologia profissional, essa que lhes reclama um saber único, estético e técnico, inatingível aos outros. Assim legitimando-os, legitimando-lhes todas estas malditas e quotidianas agressões.

jpt

publicado às 00:45


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