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Grãos de Areia (repost)

por jpt, em 26.07.11
Quando regressei da Índia a frase que mais ouvi foi talvez “então e as praias de Goa?”. E eu, um pouco perplexa com este mantra, vejo-me aflita para explicar que para mim as praias de Goa não foram as do postal ilustrado, protagonistas das varandas dos hotéis e resorts de luxo, ou das loucas rave-parties dos ingleses.As praias que visitei e fotografei foram as praias dos pescadores e dos mercados; as praias percorridas pelos vendedores de artigos variados e onde também as vacas se passeiam; as praias onde as crianças brincam e os adolescentes namoram; as praias onde as tias combinam casamentos e discutem alianças. Quase desertas durante as horas de calor, enchem-se de gentes ao pôr-do-sol num ritual diário de uso e costume; num prolongamento dos alpendres domésticos. Praias onde a luz e a areia se combinam para melhor realçar as cores dos shalwar kameez e dos saris e onde as ondas se quebram no tilintar das pulseiras. Onde as dunas são (realmente) como divãs. Foram essas as praias que vi e cujas imagens aqui vos deixo.AL (com Micas e Ze Joao)

publicado às 20:00

Depois da vida

por jpt, em 26.07.11

[Ilustração de Jeannette Woitzik]

 

Quando meu coração parar desfeito,
Em sombra na profunda sepultura;
E o meu corpo espectral e já perfeito,
Divagar entre o Olimpo e a terra dura;

Quando sentir, enfim, todo o meu peito
A converter-se em luminosa altura;
Eu, aquele fantasma, o claro eleito,
O enviado da vida à morte escura;

Ah, quando, em mim, eu for minha esperança!
Meu próprio ser, divino e redimido;
E minha sombra apenas for lembrança,

Bem longe, em outro mundo transcendente,
À luz dum sol jamais anoitecido,
Serei contigo, amor, eternamente.


Teixeira de Pascoaes

 

 

AL

publicado às 01:58


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