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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Dias difíceis, aqui em Maputo, com as constantes notícias de crimes e ameaças, e da guerra que ameaça brotar, florindo, carnívora, das escaramuças sanguinolentas que são já diárias no centro do país. No meio da angústia, pelo país e pelo nosso futuro ("Arranja-me um emprego / pode ser na tua empresa / concerteza / que eu dava conta do recado / e para ti era um sossego" humilhar-me-ei eu, aos 50 anos, regressando trôpego a um país também ele trôpego?), no meio dessa angústia ("sem pânico", acabamos nós agora, amiúde, os breves telefonemas em que cruzamos novas, boatos e desabafos), dizia eu, surgem inopinadas notícias a fazer futuros, a proibir des-esperanças, a barrar o tal panicar.
Tenho uma mão cheia de sobrinhos fantásticos, uns de profissões mais publicitadas e outros das nossas, pouco "mediáticas". Soube hoje, agora mesmo, que uma sobrinha minha surge entre os cinco seleccionados para o Grande Prémio de Romance e Novela 2012, da Associação Portuguesa de Escritores, a Patrícia Portela, por causa do livro "O Banquete". A gente torce que ganhe, leitores pelo menos. E venho aqui, ufano, intervalar as outras coisas, celebrar isso.