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Voltar a Portugal calou-me sobre a política pátria. Estar cá alumiou-me: incompreendo isto, locutores e respectivos apoiantes. Daí que resguarde o teclado para outras minudências - com algumas breves excepções, incursões até festivas no "affaire 44", escorrendo o fel de quem passou anos estupefacto face aos apoiantes de tamanho(s) traste(s) enquanto ele(s) em acção. Nada mais.

 

Mas agora vem aí um ciclo eleitoral. E leio que Sampaio da Nóvoa se prepara para se candidatar. Amigos dizem-me que foi um excelente reitor em Lisboa, muito saúdo isso. Nunca ouvira falar dele até um discurso das cerimónias do 10 de Junho, que deu brado pois ali criticou o "estado da arte" do país. Nesse então fui ouvir o discurso, gostei da atitude crítica, ainda para mais em cerimónia protocolar. E de algumas coisas que disse. E a outras pensei-as muito superficiais, até desmerecedoras de um reitor - meses depois, julgo que na abertura do ano académico, o reitor de Coimbra fez um discurso também muito crítico, mas muito mais denso e sedimentado, com verdadeira gravitas. Mas não deu brado, talvez por não ter aquela alguma dimensão "lite". Enfim, sobre o discurso do reitor lisboeta botei aqui algo desiludido: "Disse o reitor algumas coisas acertadas? Sim, disse. Mas, caramba, disse-as embrulhadas num papel tão pardo que até aflige ... São precisas alternativas? Com toda a certeza. Mas não será desta maneira, com toda a certeza."

 

Mas passados estes anos e tendo eu percebido o meu grau de incompreensão disto tudo simpatizei com a candidatura. O país precisa de muita coisa, talvez acima de tudo de outra gente e outras práticas. Precisa, como disse Sampaio da Nóvoa no tal discurso, de se "organizar em si". Eu quero traduzir isso como racionalizar e democratizar. E a candidatura de um democrata, excêntrico ao "comboio descendente" destas décadas é-me simpática, também por isso - e pouco me importa se é ele mais próximo do partido A ou B, dentro daqueles que professam a democracia e renegam a adesão (mesmo que afectiva ou apenas festiva) aos totalitarismos. Pois o fundamental é tornar o país uma verdadeira "sociedade aberta".

 

Estou pois disposto a apoiar, com voto e algumas conversas, a candidatura de Sampaio da Nóvoa. Por isso uso o google nesta madrugada para o conhecer melhor. Por saber dos práticas habituais daquela área política cruzo-lhe o nome com um termo, "maçonaria", o google leva-me aqui.

 

Maçónico, claro está, e nem me surpreende. A negação da sociedade aberta, do escrutínio das redes sociais, dos grupos de interesse e pressão. A cristalização dos entraves ao "organizar em si" do país, a que Sampaio da Nóvoa apela, afinal paradoxalmente. Agora, no XXI europeu, a negação da democracia. Sempre recebida com receio e, acima de tudo, com a negligência de princípios bem portuguesa, essa que veio transportando isto tudo onde chegou.

 

Votarei contra, claro. 

publicado às 02:05

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No cinema com a filha, no Corte Inglês (a pantufada mamarracha que os predecessores socialistas do senhor Medina e do vereador Salgado-BES deram naquele sector lisboeta, a gente daqui já se esqueceu ...). Antes do filme um café, o refresco, o bolinho - preços inflaccionados. Depois de entrar no parque cinéfilo, rasgado o bilhete, ainda pior: um euro e noventa cêntimos (400 escudos) por uma pequena garrafa de água. Ninguém nos obriga, claro está, que mandasse eu a rapariga beber na torneira dos sanitários, quanto vezes o fiz eu ... Bem, mas antes o tal "cafezinho", pedido e pago ao balcão. Vamos à mesa, deglutir. Ao lado está este cartaz. Quando nos levantamos a minha filha chama-me a atenção, "pai, o tabuleiro ...". Estanco, e entro na economia política. Que ali os preços estão inflaccionados, "especulativos" se se quiser. Que se precisam da mão-de-obra para arrumar os espaços e "agilizar" (é assim que se fala agora em Lisboa) a sua ocupação que contratem mais gente, somos muitos nós, os desempregados. Que é uma vergonha que nos induzam (não somos obrigados, repito) a comprar caro e ainda nos ponham a trabalhar. Sinto-me um bocado deslocado, à minha volta os lisboetas esvoaçam, comprando. E arrumando, obedientes, julgando-se numa cantina, essas de corporações, a preços "sociais".

 

Vou ver o filme. Não avanço mais. 

 

publicado às 18:15

No feedly (30)

por jpt, em 02.04.15

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Falta-me extremamente a paciência para esta conversa do Agualusa, no Abencerragem.

 

Zwi Migdal, a mafia judia, no Herdeiro de Aécio.

 

"Será que ainda é possível a poesia num mundo completamente secularizado?", no Antologia do Esquecimento.

 

As 10 melhores BDs que li em 2014 - I, e as As 10 melhores BDs que li em 2014 - II, no Por um Punhado de Imagens.

 

Outras Literaturas: Próximo Futuro 2015, um encontro na Gulbenkian em 15 de Maio, no Ler BD.

 

Orgasmos e literatura histérica, no Bitaites.

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publicado às 09:59

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