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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Incluindo um texto de Armando Jorge Lopes, bem actual, "Língua, Língua: homogeneizar, heterogeneizar?", um artigo de Russel Hamilton sobre José Craveirinha, a continuação do dossier que Artur Minzo apresentou sobre a relação da literatura oral e da escrita. E uma muito bela entrevista a Mia Couto, na qual ele fala de literatura ("Os meus adversários moram todos dentro de mim"), de pluri-identidades ("a literatura tem a grande capacidade de viajar pelas identidades que existem dentro de nós, cada um de nós é uma mistura") e da (sua) cidadania, a qual exerce, muito e de modo corajoso, diga-se ("...ficar calado não me apetece").
A Proler, cume da imprensa cultural em Moçambique, anuncia o seu encerramento, após 13 edições (12+especial Craveirinha). Compreendo o seu final, mas lamento-o, empobrecerá a sério a reduzida divulgação cultural aqui. A revista do Francisco Noa tem alguns anos e uma particularidade: foi melhorando, conteúdo e grafismo, ao longo do tempo. E isso é de referir. Fácil é ter umas ideias e alguns fundos e avançar. Para depois ir minguando, à falta de energia. Difícil foi construir este projecto, passo a passo, dificuldade a dificuldade (e tantas foram). E, egoísta, lamento-o pessoalmente, em 40 anos a Proler foi o único sítio que me pediu para publicar textos meus. E, imagine-se, pagou-mos.