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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Em semana de efemérides então aqui fica. Quando li Torga nada gostei, nesses tempos de tardia puberdade arrastada ao limite. Daí que nenhum extracto de obra aqui traga. Depois, já trintão voltei-lhe aos contos, sei lá como. E depois à poesia. E ao diário (porquê o plural em algo que é absolutamente uno?). A melhor prosa em português ao meu paladar.Não sou gente da literatura. Apenas cliente. Ao meu gosto e dos amigos. E, aqui e ali, das capas de livros. Não que despreze teoria disto, apenas não a sei. Presumo que como muitos outros leio e associo [reli há dias "Os Cus de Judas" de Lobo Antunes, vinte anos depois. Está lá a nota a lápis esbatida, e lembro-me de a ter escrito, "isto é Fitzgerald. Terna é a Noite, e algo há entre os 2, a lassidão?", mas hoje não a percebi, não a senti, que terei perdido no entretanto? Mas na página a seguir está lá, o homem a escrever: "...talvez o meu irmão Scott Fitzgerald, que o Blondin assemelhava a um três quartos ponta irlandês, se sente a qualquer momento à nossa mesa e nos explique a desesperada ternura da noite e a impossibilidade de amar...", e também me lembro do meu espanto na coincidência, se é que o foi, que acho mais ter sido um cheiro qualquer que terei então detectado].Este inútil arrazoado vem a propósito da admiração que tenho por Torga. E de o ter reencontrado, também sei lá porquê, exactamente assim, na obra de Ruy Duarte de Carvalho, esse com que abri este local. Sem teoria, talvez apenas das noites assim de fingir solidão. Cruzando gigantes, os meus gigantes.