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por jpt, em 19.01.05

Em semana de efemérides então aqui fica. Quando li Torga nada gostei, nesses tempos de tardia puberdade arrastada ao limite. Daí que nenhum extracto de obra aqui traga. Depois, já trintão voltei-lhe aos contos, sei lá como. E depois à poesia. E ao diário (porquê o plural em algo que é absolutamente uno?). A melhor prosa em português ao meu paladar.Não sou gente da literatura. Apenas cliente. Ao meu gosto e dos amigos. E, aqui e ali, das capas de livros. Não que despreze teoria disto, apenas não a sei. Presumo que como muitos outros leio e associo [reli há dias "Os Cus de Judas" de Lobo Antunes, vinte anos depois. Está lá a nota a lápis esbatida, e lembro-me de a ter escrito, "isto é Fitzgerald. Terna é a Noite, e algo há entre os 2, a lassidão?", mas hoje não a percebi, não a senti, que terei perdido no entretanto? Mas na página a seguir está lá, o homem a escrever: "...talvez o meu irmão Scott Fitzgerald, que o Blondin assemelhava a um três quartos ponta irlandês, se sente a qualquer momento à nossa mesa e nos explique a desesperada ternura da noite e a impossibilidade de amar...", e também me lembro do meu espanto na coincidência, se é que o foi, que acho mais ter sido um cheiro qualquer que terei então detectado].Este inútil arrazoado vem a propósito da admiração que tenho por Torga. E de o ter reencontrado, também sei lá porquê, exactamente assim, na obra de Ruy Duarte de Carvalho, esse com que abri este local. Sem teoria, talvez apenas das noites assim de fingir solidão. Cruzando gigantes, os meus gigantes.

publicado às 07:26


2 comentários

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De jpt a 28.05.2008 às 14:51

Meu caro, permita-me o abuso no tratamento, nunca é tarde para descobrir, ou redescobrir, Torga. Disse que se encontrou com Torga nos contos e no seu "Diário" (que muito bem referiu ser uno)... é natural... esse não foi o meu caminho, mas é o caminho de muitos dos que hoje tenho a responsabilidade de encaminhar... e acredite que alguns, muitos, dos que encaminho já o tinham rejeitado anteriormente.
A primeira, não obrigatoriamente a melhor, forma de descobrir os caminhos de Torga é exactmente através de um conto, aparentemente, juvenil: "Vicente", da obra "Os Bichos". Não se ria... é mesmo verdade. Experimente e redescubra como Torga se situa na relação com Deus.

Publicado por: pedro Éfe às janeiro 19, 2005 01:13 AM
http://salvoseafogados.blogspot.com/
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De jpt a 28.05.2008 às 14:52

Porque me haveria de rir? Os Bichos foi por onde comecei, exactamente muito jovem, coisas de minha mãe. Aliás nem tenho o livro, exemplar lido é o dos pais, longe em lisboa. Obrigado pela referência (e pela visita)

Publicado por: jpt às janeiro 19, 2005 08:59 PM

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