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Eu sei que prometi a mim mesmo não maschambar política portuguesa, que me torna ácido, me cansa e, acima de tudo, me desblogueia. E há tanto teclado nisso, e ainda bem que a política é dos cidadãos e não dos mandarins, para quê mais um, ainda por cima agricultor incompetente.

Mas ao ler notícia sobre o debate entre Portas (Paulo) e Louçã [abaixo transcrito parcelarmente, corte para demonstrar o que interessa] não pude deixar de gargalhar mudo, esta é deliciosa. O Prof. Francisco Louçã a falar assim? Ajoujado aos preconceitos, o "quem não é bom pai não é do Benfica?".

Até dá vontade de ir clicar o bloguismo BE, decerto a esta hora almoçal já estão cheios de críticas ao reaccionarismo do homem. Iradas. Indexadoras. Denunciando o "discurso de direita", afinal esse antanho lá no âmago.

Ou talvez não, que isto de ir ao fundo não cabe no "girismo". Adivinho silêncios, que não serão hipócritas, serão sim naturais naquele vazio.

"Quer ser califa no lugar do califa?". Então Má Sorte, é o que se deseja.

Urghh...que gente!

Debate televisivo entre líderes do Bloco de Esquerda e do CDS/PP
Portas e Louçã travaram debate aceso a propósito do aborto e da banca

Lusa
O líder do CDS/PP, Paulo Portas, e o dirigente do Bloco de Esquerda (BE) Francisco Louçã travaram ontem à noite um debate aceso na SIC Notícias, com troca de acusações a propósito do aborto e da banca.

No final do debate, que durou cerca de uma hora, Paulo Portas acusou o BE de não defender o direito a nascer e Francisco Louçã reagiu, argumentando que o líder do CDS/PP "não tem direito a falar de vida".

"Há uma vida que tem o direito a nascer ou não, de acordo com o BE não tem, de acordo connosco tem", disse Paulo Portas, para justificar a posição do CDS/PP a favor do "actual quadro legal" que penaliza o aborto com pena de prisão de até três anos.

"Não me fale de vida, não tem direito a falar de vida", interrompeu o dirigente do BE.

"Quem é o senhor para me dar ou não o direito de falar?", protestou Paulo Portas, levando Louçã a responder: "O senhor não sabe o que é gerar uma vida. Eu tenho uma filha. Sei o que é o sorriso de uma criança".
....

publicado às 18:24


9 comentários

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De jpt a 28.05.2008 às 15:56

Lendo assim e depois de ter ontem ouvido o "aceso" debate...ficou-me uma duvida...qual deles defende o aborto, e quais os motivos porque o defendem??

Publicado por: Luna às janeiro 21, 2005 02:25 PM
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De jpt a 28.05.2008 às 15:57

Não vi o debate, mas que o padre Louçã assim fala, já sabia. Foi um deslize(?) embaraçoso, sim!
Mas acho, por outro lado, pertinente o que o CAA escreve no seu post "Menos hipocrisia, paz favor!" no Blasfémias, a respeito das críticas ao Louçã.

Publicado por: Lutz às janeiro 21, 2005 06:43 PM
http://quaseemportugues.blogspot.com/
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De jpt a 28.05.2008 às 15:58

Claro que daqui também não vi o debate. Fui agora ler esse post Lutz e lá comentei o meu total desacordo, o homem mistura o privado com o público. E assume a defesa do fundamentalismo existencial. Já concordo com as críticas à direita entusiasmada com o "deslize" (tuas palavras, eu chamar-lhe-ia o "desvendar", está ali a moral, melhor dizendo, a ideologia) de Louçã. Também por lá deixei a minha opinião, em vez do "nhanhanhanhananha" infantil, de quem apanhou o outro em falso, melhor seria, como bons cristãos (pelo menos culturalmente) acolher-se o filho pródigo de volta a casa.
Há outro ponto, menos irónico. Não são só os preconceitos de Loução que vêm ao de cima, é a sua perspectiva que a vida individual deve ser a medida para a conceptualização do real. E isso sim é grave em termos teóricos. Dá para um ensaio, intuo, mas não tenho o saber para tanto. Confesso que se o tivesse perdia o tempo. Amanhã continuará o seu discurso, e ninguém lhe atirará essa sua epistemologia à cara. Uma miséria. Já agora, porque isso nunca será de perdoar e sempre de repetir, uma miséria "etarra".

Publicado por: jpt às janeiro 21, 2005 08:40 PM
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De jpt a 28.05.2008 às 15:58

"...é a sua perspectiva que a vida individual deve ser a medida para a conceptualização do real."
Compreendo que aqui está a questão central. Do meu quintal moral, emocional e pouco reflectido, admito ter muito pouca simpatia por quem, como o PP, apregoa com tanta arrogância uma moral que não cumpre; mas o que queres dizer é isso: Mal de nós se só podiamos postular critérios éticos que estamos seguros poder cumprir!
Assim, sem ter reflectido muito, diria, no entanto, a nossa capacidade de cumprí-la não devia, pelo menos no que diz respeito a áreas onde terceiros não são necessariamente prejudicados, ficar sem influência no estabelecimento de regras morais. Claro que isso é complicado para quem acha que as regras derivam duma entidade divina...
Vou pensar...
Para já, que resumiu a minha posição sobre isso melhor foi o comentário do GIN no respectivo post no Blasfémias, que cito aqui (Espero que nem tu nem ele me levam mal):
"Sem dúvida que a esfera privada é isso mesmo, privada. Não assumir o que se é, é um direito individual. Mas este post tem a coragem de levantar a questão que há muito deveria ser levantada por todos nós: a coerência entre a prática de vida e o discurso de quem tem poder decisório no nosso país. Quem quer manter a esfera privada, privada, não se torna numa figura pública incoerente.
Ser católico e homossexual não me parece ser nada mais do que o resultado da nossa cultura individual e isso não choca.
Mas armar-se em modelo de virtudes é que choca.
Deste post retiro o que me parece mais repugnante "Não é lícito ter um discurso público moralista que acusa e julga impiedosamente os outros, não seguir privadamente a sua própria doutrina e presumir-se acima de qualquer veredicto"."

Publicado por: Lutz às janeiro 22, 2005 01:31 AM
http://quaseemportugues.blogspot.com/
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De jpt a 28.05.2008 às 15:59

Discordo muito. não gosto do PP, nunca votei nele nem me estou a ver votar. Não vou adiantar mais, acho esse comenmtário do tal GIN verdadeiramente horrível. Para ser cidadão tenho que ser puritano (diante do modelo moral que conduz a maioria signficativa do meu espectro político, puritano nesse sentido, ou seja concordante). Desculpa Lutz, isso é merda pura. O que eu faço na minha esfera privada e que não se influencia a sociedade é comigo. Se for crente então avaliarei a minha conduta com a minha divindade. SE não for fa-lo-ei comigo mesmo. E com aqueles que são a minha esfera privada.
O resto é miserável fundamentalismo. Hoje agitado porque naõ se gosta do PP, amanhã para debaixo do sofá porque se gosta do tipo que está na berlinda.

Publicado por: jpt às janeiro 22, 2005 02:31 AM
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De jpt a 28.05.2008 às 15:59

Mais:
fulano defende o modelo tradicional de família. Mas é celibatário (porque é impotente [doença], porque não se vê casado [opção], porque nunca amou uma mulher [acaso] porque nunca foi amado [azar] - não pode ser político? não pode defender o casamento? ou para ser político tem que se opor ao casamento? tem que entrar no partido anti-casamento, anti-familia. Tem que vociferar intemperies contra os individuos casados?

Peço desculpa mas essa tralha fundamentalista do comentário GIN é lixo. é-o logicamente, e é-o moralmente.

Publicado por: jpt às janeiro 22, 2005 02:36 AM
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De jpt a 28.05.2008 às 16:00

Lutz tu não és desse tempo, acho eu. Mas o Sa Carneiro também era criticado pela esquerda democratica e reformadora dos costumes porque pertencia a um partido dito conservador, porque era católico, porque era apoiado pela igreja, e porque com tudo isso era também incoeretente e falso porque divorciado. O proprio Mario Soares soou isso, mas era argumento na voz do povo.
O que estamos a asssistir é a mesma rábula, mais de 25 anos depois. Lixo moral. Mas acima de tudo um povo, melhor dizendo uma burguesia, assim, inadjectivável.

Publicado por: jpt às janeiro 22, 2005 02:40 AM
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De jpt a 28.05.2008 às 16:00

JPT,

na mouche!!

Publicado por: Miguel às janeiro 22, 2005 05:22 PM
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[...] usei este título para disfrutar o desvendar público da hipocrisia política lá pela lusa esquerda baixa. À falta [...]

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