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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
"O erotismo, encoberto ou declarado, em fantasia ou em actos, encontra-se intimamente ligado ao acto de ensinar, à fenomenologia da relação entre Mestre e discípulo. Este facto elementar tem sido trivializado através de uma fixação no assédio sexual. Mas continua a ser central. Como poderia ser de outro modo? O pulso do ensino é a persuasão. O professor solicita atenção, concordância e, idealmente, divergência colaborativa ... A dinâmica é a mesma: construir uma comunidade de comunicação, uma coerência de sentimentos, paixões e rejeições partilhados. Na persuasão, na solicitação, seja ela do tipo mais abstracto e teórico - a demonstração de um teorema matemático, o ensino do contraponto musical - verifica-se um inelutável processo de sedução, voluntário ou acidental ... Na emissão e recepção, o psicológico e o físico são absolutamente inseparáveis (veja-se uma aula de ballet). O processo exige o envolvimento da mente e do corpo."[George Steiner, As Lições dos Mestres, Gradiva, pp. 30-31]