Anda por aí um escroque, partilha comigo a nacionalidade. Cada um como cada qual, e "os bons espiritos sempre se encontram". Do seu acolhimento pelos nao-patrícios ser-me-á indiferente, crente que sou na certeira fabula do escorpião. Que sejam pois picados. Mas espanta-me que instituição nossa, e a qual tanto lesou, o acolha. Formal ou informalmente, isso e indiferente. Apenas concluo, repito, "os bons espiritos sempre se encontram". Mas ainda assim, tão óbvio aquilo surge ...“O olhar deve estar voltado para a pessoa com quem se fala, mas este deve ser calmo, franco e não denotar nem descaramento nem maldade. Fixar os olhos no chão, como faz o catoblèpas* leva a supor uma má consciência; fitar alguém de viés é testemunhar-lhe aversão.”
*Nota (de Alcide Bonneau, 1847): segundo Plínio (Hist. Nat., VIII, cap. XXII,) um touro de África, cuja cabeça contém uma grande quantidade de veneno e que se vê obrigado a deixá-la pender constantemente para o solo – o que é uma sorte para aqueles que com ele se cruzam, porque um só dos seus olhares bastaria para matar um homem! Elieno diz praticamente o mesmo (Hist. Animalium, livro VII)], (Erasmo de Roterdão, A Civilidade Pueril, Lisboa, Editorial Estampa, 1978. Tradução de Fernando Guerreiro)