Em adição ao que andei
auto-comentando:
"Humilhada em 1870-71, a França encontra-se ávida de "seriedade". Não tinha sido o sistema teutónico a prevalecer, mas sim a superioridade prussiana em matéria de ensino e de pensamento sistemáticos, tanto na área da ciência como das humanidades. O
Gymnasium alemão, as universidades após as reformas de Humboldt e os padrões que regiam a investigação e as publicações eruditas haviam encorajado um tipo de mentalidade que sublinhava a frivolidade, o amadorismo e os caprichos dos costumes intelectuais e académicos do Segundo Império. A preeminência militar fora um resultado lógico dos hábitos de rigor analítico encarnados por Hegel (...). Alexandre Dumas, em 1873: "
Já não se pretende ser espirituoso, ligeiro, libertino, escarnecedor, céptico e tolo." A França deve agora confrontar o "muito sério". Se não conseguir fazê-lo perecerá.
(...) As duas vozes dominantes, os Mestres deste renascimento, serão Ernest Renan e Hippolyte Taine. (...) Renan faz do "
sejamos sérios" a pedra-de-toque do ensino secundário e superior." (83-84)
(
George Steiner,
As Lições dos Mestres, Lisboa, Gradiva, 2005. Tradução de Rui Pires Cabral)