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A situação de Eluana Englaro, a italiana a quem será retirada a alimentação que há 17 anos a sustenta em vida vegetativa, é crucial. Que se passe em Itália, sede da hierarquia católica, torna-a não só mais simbólica como relevante.

O cientismo, a higienização e um fundamentalismo individualista, mesclados com (assentes?) a superstição, têm vindo a negar o direito à morte. A uma morte digna. É um passo civilizacional ascendente a recuperação da morte como vida a viver. A decidir. Em termos de valores e de quadros institucionais. A adequação de leis, práticas e valores à eutanásia virá. Que seja o breve possível.

[é marginal, mas sintomático a inexistência do trovejar habitual (e blogo-ribombar) quando surgem outros "casos" de "ruptura". Que o politicamente correcto não se agite, não se erga o usual puritanismo semântico a defender uma qualquer "interrupção voluntária da existência".

Pois os moribundos não são "estilos de vida alternativos" que sirvam para agitar, não são identidades sociais reificadas, não agitam os "direitos culturais" da moda ideológica. São apenas o nosso futuro. E  de todos os nossos. Coisa de somenos importância no bailarico dos engraçados]

publicado às 11:49


3 comentários

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De jpt a 13.02.2009 às 01:23

Obrigado por cá passares. Não digo que haja confusão entre abuso de ciência e princípios de Igreja (nem mesmo acho que haja abuso de ciência, acho que há abuso de tecnocracia médica). Acho que se associam formando um quadro que indignifica a vida.

[e também me irrita a conversa demagógica dos socialistas portugueses, que agora em fim de legislatura, depois do aborto e do casamento homssexual, vêm falar disto em busca de votos - mas isso é outra conversa]
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De Manoel Carlos a 09.02.2009 às 02:35

Neste processo, evidentemente também serão cometidos erros, pois a ciência engatinha em termos de definição do que é estado terminal ou irreversível.
A oposição à eutanácia, ao aborto e outras práticas começa de forma absurda, com a tentativa da igreja católica de impor o direito canônico àqueles que não são católicos.
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De Barbara a 12.02.2009 às 16:59

Zé, é sempre um prazer ler o teu blog.
De facto a ciencia tem-se sobreposto à dignidade humana. Temos que aceitar a morte e em nome da ciencia não se pode fazer tudo. Agora, que não haja confusão entre o abuso da ciencia e os principios da Igreja catolica, que muito bem tenta equilibrar/influenciar, o abuso da individualidade/grupos e o seu egoismo inerente com o principio do respeito/responsabilidade. Ou seja para que não seja regra o genero: pois é,enganámo-nos, o melhor é matarmos!
bjs

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