Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
A situação de Eluana Englaro, a italiana a quem será retirada a alimentação que há 17 anos a sustenta em vida vegetativa, é crucial. Que se passe em Itália, sede da hierarquia católica, torna-a não só mais simbólica como relevante.
O cientismo, a higienização e um fundamentalismo individualista, mesclados com (assentes?) a superstição, têm vindo a negar o direito à morte. A uma morte digna. É um passo civilizacional ascendente a recuperação da morte como vida a viver. A decidir. Em termos de valores e de quadros institucionais. A adequação de leis, práticas e valores à eutanásia virá. Que seja o breve possível.
[é marginal, mas sintomático a inexistência do trovejar habitual (e blogo-ribombar) quando surgem outros "casos" de "ruptura". Que o politicamente correcto não se agite, não se erga o usual puritanismo semântico a defender uma qualquer "interrupção voluntária da existência".
Pois os moribundos não são "estilos de vida alternativos" que sirvam para agitar, não são identidades sociais reificadas, não agitam os "direitos culturais" da moda ideológica. São apenas o nosso futuro. E de todos os nossos. Coisa de somenos importância no bailarico dos engraçados]