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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Não resisto a partilhar este texto delicioso do Sérgio Faria, inspirado num termo recorrente da gíria dos arquitectos.
Arrematando o assunto. Acho uma gracinha o jargão dos arquitetos para justificar uma obra invasiva: ele dizem que a obra "dialoga". Já disse o carnavalesco Ohtakinho Trinta, nosso Frank Gehry, que seu Hotel Renaissance "dialoga" com as árvores da Alameda Santos [SP]. E que seu Palácio da Carambola "dialoga" com os entornos da Zona Oeste. Pois na apresentação de seu projeto, o Paulo Mendes da Rocha informou que o mondrongo da Praça do Patriarca "dialogava" com a vizinha igreja de Santo Antonio, tombada pelo Condephaat. Se "dialogava" mesmo, eu imagino o diálogo:
- E aí, Santo Antonio?
- Fala, Paulo
- Gostou do meu projeto?
- Ele esconde a minha igreja, Paulo
- Não é bem assim, ele dialoga...
- Vai tomar no seu cu, Paulo
Para ver o "mamarracho" directamente invectivado ver aqui.