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Um excelente texto da historiadora Ana Cristina Nogueira da Silva (ACNS), Fotografando o Mundo Colonial Africano. É um texto académico (no jargão "paper") que pode afastar alguns leitores mais atreitos ao registo blog, mas mais do que justifica a sua leitura. Trata-se de uma bela análise dos processos intelectuais presentes na iconografia produzida no tempo colonial sobre as colónias africanas, tomando como exemplo os álbuns produzidos por Santos Rufino na década de 1920 sobre Moçambique. ACNS aborda, com clareza, os estereótipos sobre a natureza e sobre as populações que estão presentes / e são produzidos no acto de fotografar, bem como os propósitos (conscientes ou inconscientes) de índole política que estavam presentes no formato descritivo de então. Se interessante para quem tem apreço pela historiografia é um texto também fundamental para quem aprecia (e reproduz) as galerias de "postais" e "fotografias" de um tempo particular. Para pensar como se pensava, para ver como se via. E como se pensa e vê, em tantos casos.

jpt

publicado às 11:32


8 comentários

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De Rui M.P. a 23.02.2010 às 01:21

Desculpem chegar atrasado a esta agradável troca de impressões (é mesmo assim, impressões, para utilizar a língua portuguesa na sua pureza tão bem assumida, p.ex., por Cardoso Pires).
Conheço bem AC e o seu trabalho e quando começou a enveredar pela temática colonial (no contexto do seu doutoramento) dei-lhe a conhecer os álbuns de Rufino. Por essa altura estava eu a "percorrê-los" num blog que jpt conhece bem (Companhia de Moçambique http://www.companhiademocambique.blogspot.com.) mas que talvez ABM deconheça de todo.
A páginas tantas (em boa verdade, a meio do volume II) outras tarefas ganharam espaço na minha grelha de prioridades (doutoramento, nascimento de uma filha, novos desafios profissionais) e abandonei a empreitada.
Mas o que lá ainda está é suficiente para se perceber que toda aquela imagética - desculpa-me jpt - merece ainda uma outra abordagem, digamos que menos ... pós-colonial.
Malgré tout, relevam mesmo muito mais as preciosas informações que ABM aqui nos traz sobre Rufino, a família, a cidade, o contexto, etc, etc.

(a propósito de LM e do seu cosmopolitismo - a que se refere ABM - prepara-se aqui em Lisboa uma exposição sobre a arte africana contemporânea reunida naquelas anos 50 e 60 por Pancho Guedes. Depois darei notícia).

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