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Um excelente texto da historiadora Ana Cristina Nogueira da Silva (ACNS), Fotografando o Mundo Colonial Africano. É um texto académico (no jargão "paper") que pode afastar alguns leitores mais atreitos ao registo blog, mas mais do que justifica a sua leitura. Trata-se de uma bela análise dos processos intelectuais presentes na iconografia produzida no tempo colonial sobre as colónias africanas, tomando como exemplo os álbuns produzidos por Santos Rufino na década de 1920 sobre Moçambique. ACNS aborda, com clareza, os estereótipos sobre a natureza e sobre as populações que estão presentes / e são produzidos no acto de fotografar, bem como os propósitos (conscientes ou inconscientes) de índole política que estavam presentes no formato descritivo de então. Se interessante para quem tem apreço pela historiografia é um texto também fundamental para quem aprecia (e reproduz) as galerias de "postais" e "fotografias" de um tempo particular. Para pensar como se pensava, para ver como se via. E como se pensa e vê, em tantos casos.

jpt

publicado às 11:32


8 comentários

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De jpt a 23.02.2010 às 18:59

RMP: a) fica-se à espera das novidades sobre a exposição; b) o corpo de post está a disposição, não apenas as catacumbas;

Quanto ao texto: longe de mim a ideia de que o texto da ACNS encerra a questão. O que eu digo é que avança ideias que são fundamentais, uma forma de ler muito interessante - e que normalmente é esquecida (o discurso "pós-colonial" será dominante em algumas franjas da academia, mas não para nós vulgares). A ACNS não é especialista em Moçambique (ao que eu saiba) e não poderia "esgotar" (ou seja mergulhar mais fundo) - e muito menos em formato "paper".

Para além disso, e eu aqui especulo, a edição do Santos Rufino é por si só um corpo quase inesgotável - não sei se haverá muitas edições da época de tamanho alcance (acredito que haja, mas desconheço-as). E justificarão por si só uma abordagem monográfica hoje em dia, para além das dicotomias que o tal "p-c" costuma trazer. A qual implicará um mergulho na história do Moçambique de então - algo que o ABM logo aqui fez questão de registar (resmungar, como é timbre ma-schambístico).

[Ó MVF, onde estão os teus tão gabados, por mim, resmungos?]

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