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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Assisto na tv à conferência de imprensa do treinador Paulo Bento e do presidente do Sporting Clube de Portugal, José Eduardo Bettencourt. Elevado o treinador, a quem os sportinguistas devem respeito e agradecimentos. Elevado e clarividente quando reconhece que "fiquei quatro meses a mais no Sporting" (algo que até um mero bloguista pode antever em Fevereiro passado).
Completamente destrambelhado o presidente. Confundindo respeito, gratidão, solidariedade (tudo isso realmente devido a Paulo Bento) com supra-comoções, insinuações de inimigos internos, recados crípticos. E sinalizando o desnorte, na incapacidade de responder às questões óbvias que lhe colocaram os jornalistas. Uma tolice. E pior do que tudo, acabando a querer bater-se com um sócio do clube, como anunciam os jornais.
É este o "homem providencial", o expert da alta finança de coração sportinguista, afirmado pela propagandeada elite socio-económica sportinguista - essa que desde o "projecto Roquette", amparada por Santana Lopes, levou o clube à ruína. Aquele que o ex-proleta, agora muito socialista e admirador do grande capital, Oliveira e Costa aqui (em Maputo) e em todo o lado (tv) veio afirmando como o "homem certo" e inultrapassável.
No meio desta parvoíce toda de Bettencourt, um manifesto erro que foi logo anunciado na triste figura de cachecol e aos pulos na noite da sua eleição, traça-se o quadro do país. Da gente que nele manda. Da gente que escolhe quem vai mandando.
E não posso deixar de me sentir incomensuravelmente velho. Já gente de um milénio passado. De um tempo em que um Senhor como o Senhor João Rocha, cruzando tão difíceis eras, fez a obra que fez, com a elevação e discernimento que o caracterizou no posto de Presidente do Sporting Clube de Portugal.
Estamos agora condenados a isto. A um Sporting que não volta? Não, muito pior. A um Portugal que não volta. Que fenece entre cachecóis e intrigalhadas internas, e doutores e "engenheiros" inultrapassáveis, imprescindíveis.
jpt