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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Terminada a refeição peço um whisky. Recebo uma simpática negativa, um "agora já não servimos". Surpreendo-me, não havia reparado, mas é normal a contenção nestes tempos de crise. Ainda pergunto desde quando se abstêm de tal, e venho a saber que já desde Abril passado. Mas não seja por isso que me vou privar do soporífero, "e vendem?" indago com sorriso altaneiro, até presumo que arqueando a sobrancelha. Mas não, nem isso, não há mesmo bebidas destiladas disponíveis. Isso já me irrita, pois então não são meras poupanças, é intromissão. E irritado sindicalizo-me num "e na executiva, servem?!", até já me imaginando a cravar uns copos aos conhecidos que sei irem ali à frente. Que sim, diz-me o comissário, para logo avançar, até algo cúmplice, "mas para 36 lugares embarcaram 5 whiskies". Só!
É óbvio. A TAP, e nisto não irá sozinha, decidiu tomar conta dos clientes. O álcool faz mal, pelo que não se serve. Não é a "conta, peso e medida" de décadas de aviação comercial. É a tolerância zero da beatice dos tempos de hoje. E a gente, infantilizada, a aceitar que tomem conta de nós. Vergando-nos ao higienismo. Esse daqueles que sujam e estragam o que realmente conta. Como sempre é esta torpe beatice.
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