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Higienismo

por jpt, em 28.07.10

Terminada a refeição peço um whisky. Recebo uma simpática negativa, um "agora já não servimos". Surpreendo-me, não havia reparado, mas é normal a contenção nestes tempos de crise. Ainda pergunto desde quando se abstêm de tal, e venho a saber que já desde Abril passado. Mas não seja por isso que me vou privar do soporífero, "e vendem?" indago com sorriso altaneiro, até presumo que arqueando a sobrancelha. Mas não, nem isso, não há mesmo bebidas destiladas disponíveis. Isso já me irrita, pois então não são meras poupanças, é intromissão. E irritado sindicalizo-me num "e na executiva, servem?!", até já me imaginando a cravar uns copos aos conhecidos que sei irem ali à frente. Que sim, diz-me o comissário, para logo avançar, até algo cúmplice, "mas para 36 lugares embarcaram 5 whiskies". Só!

É óbvio. A TAP, e nisto não irá sozinha, decidiu tomar conta dos clientes. O álcool faz mal, pelo que não se serve. Não é a "conta, peso e medida" de décadas de aviação comercial. É a tolerância zero da beatice dos tempos de hoje. E a gente, infantilizada, a aceitar que tomem conta de nós. Vergando-nos ao higienismo. Esse daqueles que sujam e estragam o que realmente conta. Como sempre é esta torpe beatice.

jpt

publicado às 02:23


7 comentários

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De umBhalane a 29.07.2010 às 09:39

No dia em que quiserem proibir o leitão à Bairrada, faremos uma revolução verdadeira, de cariz/raíz popular, verdadeiramente.

Nada outorgado pelas F.Armadas, GNR's e similares.

Coisa genuína!

Agora, quanto àquele vinho (horrível) que tentam sempre impingir aos incautos, aquele que é so gás, esse sim, deveria ser "proibido".

A bem da Bairrada e seus vinhos, a bem dos vinhos de Portugal.
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De jpt a 29.07.2010 às 03:55

Esta temática já me tinha provocado um texto http://ma-schamba.com/sociedade-portuguesa/3263/ há cinco anos. A CC aponta bem, a questão não está em hipotéticos e sempre indesejáveis excessos (raros e controláveis - acima referi décadas de aviação civil comercial) - mas sim no ambiente moral.
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De Catarina Campos a 29.07.2010 às 01:24

Respondendo ao primeiro comentário, eu já vi uma hospedeira pregar uma valente bebedeira a um tipo que de outra forma era capaz de ter saído porta fora, com o pânico. Assim ficou ali meio grogue...
Não servirem é uma coisa, crise, compreende-se. Não venderem é outra. Qualquer dia temos que nos esconder para comer um leitão à Bairrada, que causa colesterol e o colesterol mata, etc e tal.
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De js a 28.07.2010 às 22:23

Acabaram com o tabaco, não vejo onde está o problema de acabarem com o alcool. O cheiro................ incomoda!
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De skaputnik a 28.07.2010 às 05:01

Concordo que há outras coisas que "realmente contam". Há para aí muitos aspectos em que as companhias aéreas poderiam melhorar.
Mas também sou a favor da não-existência de álcool a bordo de vôos comerciais. Chego a achar que é perigoso. Simplesmente há passageiros que não se controlam.
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De Catarina Campos a 31.07.2010 às 01:46

Esse vinho é só para o turista que não percebe nada de tintos.

Essa do whisky vir - quando havia - em sacos de plástico, é do outro mundo...
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De ABM a 02.08.2010 às 19:32

Não bebo whisky.

Uma vez estive a almoçar numa quinta de família de criadores de gado conhecida em Moçambique, lá para perto da Manhiça, onde, após o almoço, o whisky foi servido numa garrafa de cinco litros.

Juntamente com um enorme balde de gêlo.

E servido em copos.

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