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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Há uma mitologia produzida sobre a I república portuguesa, enfatizando a sua virtude na antinomia face ao "estado novo" salazarista. A história tende para isso, em particular quando "pátria" (diz-se, hoje, identitária). Mas para além desses milagres de Ourique bem que podemos festejar este centenário do regime republicano português.
Alguns patrícios, muito poucos, virão protestar aludindo à excelência usual e superior legitimidade de umas famílias de esconsa ascendência alemã e tendência para a hemofilia para governarem os destinos da Europa. Não há, hoje em dia, "saco" para os aturar. Mas não faz mal, eles não querem ser aturados. Só querem mesmo ser vistos. E em altura de festa (o tal centenário) são muito bem-vindos. Sejam bem-vistos (no caso deles é mui-vistos).
As imagens [reproduzidas do livro de João Loureiro, Postais Antigos da Ilha de Moçambique & da Ilha do Ibo, Maisimagem, 2ª edição, 2005, e infelizmente de autoria e edição desconhecida] mostram a proclamação da república na Ilha de Moçambique, ocorrida a 10 de Outubro de 1910, pelo governador desse distrito, de apelido Massano, que então anunciou também a sua "adesão" ao novo regime e denunciou (porventura constrangido) o "caminho errado" (monárquico, claro) que tinha vindo a percorrer.
Um século depois Viva a República! Um século de Massanos, também! E, porque não?, vivam os Massanos - monárquicos, republicanos, até ambos. Vivam eles.
jpt