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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
T. S. Eliot The Shadows of Rainbow
(Ao Ricardo Rangel e ao Kok Nam)
1. The formal word exact without vulgarityA história agora é o Iraque, já que nós, bronzeos,e a história somos o molde. Na voz do sangue,há sempre um negro ou cigano de violão azul.
Há um tempo para as estrelas dormireme outro para fazerem amor; quer dizer,copular de olhos acesos ou já mortiços.
E inútil esbracejar ante os verdugos.Diriam: espera assim, vergastado, pois viráa escuridão. Teremos luz, o vinho, a dança, a orgia,porque, sabes, os cavalos também se abatem. E as flores!(Não é cada poema o caixão, o epitáfio, o ilegível mármore?)
2. Temos, há muito, sibilas, na boca e na garganta índicas.Angoche ou Zavala são só luzes fixas pela "Nikon"?!Temos a perturbação no vórtice das aves, na plenarotação de iluminações luarentas; e há veios raivososde conversas cerca das gazelas e da pose eterna das garças.Há rostos no oculto e este cheira a crime, a incursãode uma balada de tiros, com odor perfeito, único,do espumoso aberto às nossas 24 horas. Mas é do larda amizade ou da submissão? As praias e as reservasdevoram turistas e seus iates, aviões a jacto (ou, poeta,da jactância?), pela agitação de tanto cascalho marinho.
And do not think of the fruit of action
3. É inútil esbracejar, se hispar a artéria do jazzde um encenado morremorrer na Julius Nyerereou nos pês-agás da Coop. Ei-lo, o grito de Átila!E ele tem alvos; não cessa o que, ímpio, enlameiaesta tecla (secas, fome; dilúvios, miséria!) de Dali,de três metros suficientes para um poeta dizê-lo:"Temos a cama franca, a mulher, útil paixão!"
Into another intensity; o fim é sempre evolução.
(Dezembro 2005)
[publicado no Savana, 6.1.06]
Aqui transcrito em especial para o À Sombra dos Palmares, o Fazendo Caminho e o Insónia.