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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Em Portugal vão surgindo vários protestos relativos aos concursos para investigação organizados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. São oriundos de diversos júris organizados para o efeito. Tudo denotando que há um grande desnorte, provavelmente a coberto de alguma deriva de austeridade. Inaceitável.
Leio agora a reclamação proveniente do júri que se debruçou sobre os projectos de Antropologia (tendo-lhe sido imposta uma modalidade "inovadora", que se poderá, com sarcasmo, considerar "interdisciplinar"). A autora da carta é Susana Matos Viegas, investigadora de gabarito, antiga presidente da Associação Portuguesa de Antropologia. Nesta área é alguém incontornável. Ainda por cima conheço-a há trinta anos, é alguém muito confiável, e também isso me leva a indiscutir as afirmações que produz. O documento está aqui, e o que nele consta é espantoso e triste.
Realço, aguçando o apetite dos interessados, algo verdadeiramente inenarrável: "De fa[c]to, sem qualquer consulta aos membros do júri, os resultados da avaliação foram alterados por funcionários administrativos da FCT." Noutros contextos poder-se-ia dizer incrível. Agora, ali lá, é crível.