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Interessante texto no Machina Speculatrix: ali se refere a iniciativa a presidente da A.R. portuguesa, Assunção Esteves, de propor aos membros da CPLP o programa “Programa Pessoa CPLP”, de mobilidade de estudantes do ensino superior e profissional similar ao "Erasmus" na União Europeia.

 

Porfírio Silva (o autor do blog) saúda a iniciativa de Esteves e a sua abertura às ideias da oposição pois, recorda, esta é uma proposta da nova direcção do Partido Socialista (a qual julgo que ele integra) inscrita no seu documento programático "Agenda para a Década", inclusive com o realce de um capítulo "Valorizar o Espaço Lusófono" e que cita no postal que aqui ligo. Independentemente da paternidade da proposta - questão política que Porfírio Silva aflora -, muito saúdo esta convergência sobre a matéria, a qual muito me interessa, até profissionalmente.

 

Entretanto, e porque o próprio postal em causa convoca explicitamente à reflexão dos leitores sobre o assunto, lembrei-me de um postal no ma-schamba: "Intercâmbio universitário em espaço lusófono". Está datado de 15 de Junho de 2004: refere a assinatura entre os ministro da educação/ensino superior da CPLP de um protocolo para a criação em dez anos de um espaço lusófono comum de ensino superior, para "promover a mobilidade de estudantes, professores, investigadores e técnicos".

 

Então, nesse postal, elaborei algumas ideias sobre a matéria. E transcrevi a notícia do "Público" com os desígnios do membro do governo português. Foi há onze anos. 11 anos! - e seria interessante saber o que se fez entretanto. Algo?

 

Agora os grandes partidos portugueses propõem o mesmo. E discute-se a paternidade da ideia "actual" ...

 

Até daqui a uma década.

publicado às 11:49


2 comentários

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De Porfírio Silva a 23.03.2015 às 00:01

É um bom ponto. Estamos muito atrasados quanto à capacidade dos partidos para captarem as boas ideias da chamada "sociedade civil". Mas espero que coloquemos mais esforço em melhorarmos do que em nos recriminar-mos.
Cumprimentos.
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De jpt a 23.03.2015 às 09:45

Não há recriminação neste meu postal (e na invocação do velho postal), apenas constatação - e há, claro, um enorme fastio pelo modo político nacional, que irrompe diante de um pequeno caso como este. Pois em relação a este âmbito (talvez fora de moda vou-lhe chamar "cooperação", nas áreas da investigação científica e do ensino superior) é assunto no qual trabalhei alguns anos. Se já há uma década a ironia do Luís Carmelo ou a minha descrença eram sustentadas pela prática agora o jogo palaciano das declarações públicas ainda mais o serão. Para além disso quaisquer medidas verdadeiramente estruturantes neste campo exigiriam mudanças radicais, em termos culturais (transformar o funcionalismo público - os cientistas e professores portugueses; os quadros da administração portuguesa) e sociológicos (quebrar o patrimonialismo [em modalidade de petty-corruption e nepotismos de pequenas seitas] nos poderes intermédios da administração estatal, que gerem as "redes" e acessos aos bens públicos destinados à área). No Portugal do liberalismo estadocentrado do PSD e da social-democracia craxiana do PS - que se indiscutem? Da admissibilidade às redes semi-secretas maçónicas (tão pujantes e poluentes no mundo das academias), e às estritas fidelidades de secção partidária?. Até acredito que haja boas vontades, e que V. seja uma delas. Mas o contexto é avassalador.


Enfim, até gostava de ver lançar esse projecto (que não se deveria chamar Pessoa, já agora, mas isso enfim ...) E de assistir a um qualquer seminário onde se discutissem os passos constitutivos necessários. E se ouvissem os nomes condutores. Aposto que então deixaria cair a ironia. E me elevaria ao sarcasmo.


Cumprimentos

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