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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Almoço no Marítimo, com casal amigo, a Carolina encontra amigas, mas eu de súbito fico no abismo da solidão, ainda por cima agora, quando me é exactamente o último Índico, esse hoje particularmente revolto, "os espíritos zangam-se com a minha partida", brinca este ateu, eu-mesmo, em registo de auto-sarcasmo.
No telemóvel vejo que no facebook um leitor daqui, que antes meu aluno, me pergunta qualquer coisa como "professor, como se sente ao partir de onde foi feliz?" (um tipo insensível? insensato? ou só inexperiente?). Sorrio, no meu desencanto, total, mas já com o Jameson na mão. Não sou o Knopfli, o Kok já morreu [Kok Nam, o fotógrafo, baixa a Nikon / e olha-me obliquamente nos olhos: Não voltas mais? Digo-lhe só que não, escreveu o poeta narrando-se em Mavalane à saída, quando indo-se da independência], e aos meus Koks não os deixo ir ao aeroporto, neste logo à noite que galopa a chegar-se-me, pois já me basta o que basta, e quão imenso me acontece assim, que tudo largo para trás, não haveria contentores, os daquela época, a dos imensos knopflis, para tanto transportar. Além de que os tempos são diferentes, daí as causas do partir e as possibilidades do ir-e-vir. E por isso nada de grande ou profundo me ocorre ripostar. Apenas assim, à minha despoética maneira: sinto-me com uma papaia na garganta, foda-se.