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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Texto para a edição de 12.11.2014 do “Canal de Moçambique”
Maputo-Roteiro Histórico Iconográfico da Cidade
Nesta semana em que se comemorou o dia da cidade, assinalando o aniversário da sua elevação a esse estatuto, haverá várias formas de o celebrar. A melhor, decerto, será aquela de nela passear, repousadamente, escutando-a, vasculhando-lhe detalhes. Como a azáfama não costuma ser muito parceira desses deleites proponho outra forma: regressar a livros que lhe foram dedicados, (re)conhecer-lhe história e conteúdos.
E uma bela forma de nela entrar será através deste “Maputo – Roteiro Histórico Iconográfico da Cidade”, mais uma das múltiplas e cuidadas publicações que António Sopa, figura incontornável da vida intelectual moçambicana, vem produzindo, neste caso ombreando com Bartolomeu Rungo. É um livro já com uma década (2005), editado pelo então Centro de Estudos Brasileiros (que depois se tornou Centro Cultural Brasil-Moçambique, em desnecessário mimetismo, pois a sigla CEB já era da cidade). Tratou-se de uma edição popular, de preço acessível, um feito que prestigiou a instituição editora.
O livro é exactamente aquilo que o título promete: um cuidado roteiro histórico de Maputo. Nisso uma excelente introdução – e também memória. Por isso mesmo cito o seu início, que anuncia o projecto que nele está patente: “Quem chega a Maputo tem grandes dificuldades em reconstituir as origens do povoado. As referências quase que desapareceram e é preciso estar atento para vislumbrar no casario moderno da cidade os elementos arquitectónicos que lhe serviram de génese.” (p. 5).