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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
É um dos filmes da minha vida (Die Nibelungen: Siegfried; Kriemhilds Rache ), mas também um dos momentos dela. Deixaram-me ver o primeiro filme (Siegfried) no velho programa televisivo de António Lopes Ribeiro, tinha 9 anos (foi na semana do 25 de Abril), e fiquei impressionadíssimo - algo que para sempre fiquei a agradecer à minha irmã, à guarda de quem estava e que então me permitiu o excesso noctívago.
Nenhum outro filme me impressionou desta maneira. Só muitos anos depois o revi, a primeira vez verdadeiramente comovido.
Acredito que para os cinéfilos isto que digo pareça risível. Mas para mim, pequeno amador de filmes, regressar a este ritmo e estilo é hoje difícil, não para o quotidiano. O meu sétimo sentido, o "audiovisual", está bem moldado, propenso a outras andanças, narrativas. Para acompanhar esta saga, enorme, avassaladora, a espantosa realização, a fabulosa representação, o ritmo narrativo - tudo aquilo a tornar completamente ridículo o nosso "realismo" contemporâneo - preciso de disponibilidade. De um vagar abissal.
Foi esse que encontrei agora. Nesta solidão episódica usei as últimas duas noites revendo os dois filmes. Ficando arrasado, exactamente como há 40 anos. Se há obra-prima no cinema é esta. Haja grandeza em cada um de nós para a vermos.
Abaixo deixo os filmes, em duas versões, o primeiro legendado em inglês e o segundo em alemão, pois não encontro uma versão inglesa ou francesa. Que quem nunca os viu arrange "coragem", a tal disponibilidade para sair do nosso pequeno mundo da aparência do real. E arrisque-se a viajar. E quem já viu .... caramba, reveja.