Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]




Dois tomos, em fase inicial (e prometem):

 

"Na circunstância, isso significa que o "discurso crítico" que caracterizamos como intervenção intelectual pública, na Europa dos séculos XVI a XIX, em defesa da instituição social de um conjunto de liberdades modernas é o mesmo "discurso crítico" que veremos desenvolver-se em Portugal ao longo do século XX. Mas se a função social deste tipo de intervenção foi a mesma na Europa dos séculos XVI a XIX e no Portugal do século XX, isso não deve ser motivo para fantasiar identificações entre autores de tempos e contextos tão diversos. Tal como neste trabalho não se "antecipa" o século XX português, também .... não se fala em nenhum "Montaigne português" ou num qualquer "nosso Espinosa". ... "Portugal Extemporâneo" significa que Portugal permaneceu fora do processo de modernização da Europa Ocidental quando este decorreu (e nestas páginas se verá como para Montesquieu e Wollstonecraft, entre tantos outros, esse barbarismo foi notado) e só fez o seu próprio e isolado caminho tardio para a modernidade no século XX. Se a transformação cultural é funcionalmente equivalente, tratando-se de uma mudança sobretudo de praxis e não apenas de mentalidades, isso não é motivo para confusões vagas. Só identificando, pelo estudo do discurso crítico, o que foi a Modernidade europeia se pode compreender, pelo estudo do discurso crítico, o que é a modernização contemporânea de Portugal." [itálicos do autor]

 

Carlos Leone, Portugal Extemporâneo, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2005, pp. 14-15

publicado às 11:26



Bloguistas







Tags

Todos os Assuntos