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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
É uma ideia histórica, essa a de que o Estado de cada país constrói as instituições e distribui os serviços e produtos considerados necessários - é, aliás, prima difusa da ideia de que o Estado é o país. Ainda vigora em muito local mas em Portugal já não é dogma: apesar da ideia de haver um portugalmail e sucedâneos ninguém hoje barafusta com o facto de não haver motores de busca ou de endereços electrónicos - o correio actual - estatais. Ou do serviço telefónico não ser estatal. Aqui na Europa as grandes infraestruturas de transportes e comunicações - e em particular as aeronaúticas - foram assim construídas - ou estatais ou com grandes subvenções estatais - exactamente por essa razão, por serem grandes. E por representarem interesses políticos (de integração nacional [construção nacional]; de afirmação externa [imperial, por vezes]). Agora, com excepção de alguns ex e futuros impérios, já os países não correm para construir as necessárias infraestruturas em regime de soberania única (espaciais, informáticas).
Dito isto, a ideia que o Estado (esse que quer aparentar ser o país) tem que possuir uma companhia aérea não me tira o sono. Mas aparece-me tão necessária como tenha ele um "googlão" ou uns correios (CTT públicos) ou uma única Emissora Nacional ou uma televisão ou etc, sem que haja streaming e coisas assim. Isto mudou, e muitas das reacções são meras sobrevivências, distracções.
Finalmente: o Estado português acaba de vender a velha companhia aérea de bandeira e receberá um quarto daquilo que o Futebol Clube do Porto, presidido pelo senhor Pinto da Costa, receberá ao vender a licença desportiva do futebolista Jackson Martinez ao Arsenal, treinado pelo senhor Arsene Wenger.
Something is rotten in the state of Denmark.