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Zola

por jpt, em 01.12.14

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Arranco este livro das estantes avoengas (Emilio Zola, A Inundação, Lisboa, Parceria António Maria Pereira Livraria Editora, exactamente de 1914, tradução de Eça Leal). Tirando o célebre J'Accuse não me lembro de ter lido algo do autor, mas talvez alguns velhos exemplares quando estes tinham para aí 65 anos. Quem é o Zola, de quem tanto se fala (mas quase sempre a propósito da tal defesa do capitão Dreyfus)?

 

Neste livro surgem quatro narrativas (contos),  mas não sei se uma colecção escolhida pelo editor português de então. Fico abismado, em particular com a primeira, exactamente "A inundação" (que é aludida na capa, um desenho que manteve as cores como se vê aqui em pobre foto de telemóvel). Inspirado numa real inundação acontecida em 1875 perto de Toulouse (o texto é de 1885), é excelente, na secura da catástrofe, no sem-sentido nada fantástico que afirma. Para nós, treinados em filmes catástrofes a la Hollywood, isto é excepcional, mete toda esse gigantesco filão num bolso. Um mestre, este Zola - se encontrarem uma edição disponível comprem.

Mais três contos: "A Morte de Olivier Bécaille" que deixo aqui narrada, e "Jacques Damour" uma narrativa, ríspida, sobre os emergentes comunistas (a Comuna de Paris), histórias aparentadas, ainda que esta com um (decerto que então inovador) mergulho psicologista sobre as origens da adesão ao movimento comunista.

 

 

E ainda "Madagem Neigeon", um conto de formação, sobre os meandros da pequena sociedade parisiense, talvez a peça hoje mais envelhecida.

 

Enfim, uma pérola nas estantes poeirentas. A despertar-me a vontade de mais Zola ler.

 

publicado às 16:09


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