Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
O acordo obtido entre a Grécia e a tróica a que o grego chama instituições, tem, ao que parece, dois pais e nenhum deles se chama Angela Dorothea e fica-se a saber que o fauno Hollande somente se fez passar por cegonha para trazer a boa nova pendurada no bico não tendo, afinal, qualquer outra responsabilidade no fe(i)to.
Para os cépticos e tele-excluídos em verdade vos digo que vi na TV o primeiro ministro português atirando esta com bonomia e humildade:
“Devo dizer até que, curiosamente, a solução que acabou por desbloquear o último problema em aberto – que era justamente a solução quanto à utilização do fundo – partiu de uma ideia que eu próprio sugeri. Até tivemos por acaso uma intervenção que ajudou a desbloquear o problema” e remata o nosso Pedro com a mesma facilidade e no melhor tom coloquial: “Acho que este acordo mostra que é necessário, era necessário e continua a ser necessário recuperar a confiança entre todos aqueles que estavam a negociar. Eu recordo que as últimas negociações foram abandonadas pelo Governo grego, que decidiu convocar um referendo e deixar, portanto, todos aqueles que estavam a procurar um acordo nas negociações a falar sozinhos”.
Mais tarde leio que uma estrela brilhante do firmamento socialista (Ana Catarina Mendes) declarou - imagino que em bicos dos pés e esfregando as mãos de satisfação com a perfomance internacional do seu tão amado como incontestado líder - que "este acordo só foi possível graças ao forte empenho dos socialistas, que uniram esforços, construíram pontes e demonstraram capacidade negocial em todo os momentos" lembrando aos distraídos que "Na última semana o secretário-geral do PS participou em várias reuniões de líderes do PSE e reforçou a necessidade de unidade e de um caminho alternativo, tendo contribuído para um maior empenhamento na evolução de posições da família socialista”.
É assim, ninguém gosta de ficar para trás e o apoio efusivo que Costa garantiu à vitória do Syriza mandando o velho amigo PASOK dar uma volta ao bilhar grande são águas passadas (desculpem voltar sempre a isto mas a cabra da memória atraiçoa-me...).
Estão pois de parabéns todos os pais mães, padrinhos, tios, cães, gatos, gregos, troi(c)anos, europeus (incluindo alemães e franceses), a porteira do Varoufakis que está sempre a contar as conversas que ouviu nos corredores, ao injustamente esquecido Triantafyllos Machairidis que alinhou no benfica há uma dezena de anos, bem como a outras instituições envolvidas no processo. Simultanea e sinceramente desejo um futuro risonho ao nascituro ( ainda não está todo cá fora, note-se...) e embora nunca duvidando das capacidades fabulosas de Passos & Costa nestas como noutras questões, um dilema se levanta:
Quem escolher na hora da verdade?
Deixaram-me entre o martelo e a bigorna e talvez um teste ao ADN pudesse ajudar na decisão.
Mosteiro de São Dinis, Odivelas
©miguel valle de figueiredo
Com pena de não ser dado a artes divinatórias, lembro com eterna saudade o grande Zandinga que por esta altura perguntaria às cartas no caso da coisa correr mal - longe vá o agoiro! - a quem ficaria atribuído o poder parental. Mais a seco, adivinhando contra-natura (minha) a posição dos putativos progenitores podemos sempre recuperar a velha Roda dos Enjeitados ( ou Expostos ) dos mosteiros e deixar lá a rosa enjeitada... Talvez Wolfgang Schäuble assumisse a desgraçada criatura. Ao menos com ele sabemos com o que contar.