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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Estava eu ali, na "A Minha Ilha", "Ilha onde os cães não ladram e onde as crianças brincam/No meio da rua como peregrinos/Dum mundo mais aberto e cristalino", ainda que vendo-a diferente e sem minha ser, mesmo que na "Ponta da Ilha" sinta como no hoje o sei sentir isso dos "Ó corpos dados com melodia / As melodias do meu ardor!/ Ó pretas lindas! Ponta da Ilha! / Vestem soberbos panos de cor. / Deles se despem com grã doçura, / Vénus despida do próprio mar. / É com doçura que negras, lindas, / Desaparecem no meu calor." quando se foi, sei-o agora, quem deixou estas palavras do seu tempo sobre o que lhe foi berco e a alguns vai sendo refugio
L’ Isle Joyeuse
Ó festa de luz de mar tranquilo
De casas brancas dum branco rosa
Dum tempo antigo que aqui ficou
Ó ilha pura incandescente
Que me geraste três vezes mãe
Três vezes para mim sagrada
Por teres deuses tão variados
Por seres livre da liberdade
Que os deuses gregos orientais
Marcaram a fogo um fogo alegre
Naqueles seres naquelas ilhas
Que eles nomeiam seus próprios filhos
Por motivos sobrenaturais
(Poemas retirados deNelson Saúte & António Sopa (coords.), A Ilha de Moçambique pela Voz dos Poetas, Edições 70, 1992)