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Quando em 1994 Michel Petrucciani me permitiu dois dedos de conversa e um par de retratos nos bastidores do Tivoli para um recital único em Lisboa, questionei-me como seria possível um homem com as suas características dominar um piano de cauda, um grande piano, da forma que tantas vezes tinha ouvido em gravações. Michel, o pianista, parece ter-se preocupado mais com a sua música do que com as limitações causadas pela Osteogenensis Imperfecta, uma doença óssea, que lhe impediu um crescimento que se diria, sem perconceitos, normal. Suponho que o esforço físico para levar a cabo a tarefa era enorme (e quantos concertos daria anualmente pelo mundo fora?), o talento, ou melhor, o virtuosismo, suplantava-o e se a primeira impressão levantava dúvidas - Michel foi levado ao colo e sentado por um assistente - os primeiros acordes encarregaram-se de as dissipar. Foi um concerto a solo inesquecível nesse fim de tarde alfacinha. Na memória ficou a música e no arquivo algumas imagens, duas das quais deixo aqui para enfeitar o texto.

 

 

 

Michel Petrucciani morreu aos 37 anos e com ele morreu um gigante.

Ficam para apreciação as interpretações a solo de "Caravan" e "In a Sentimental Mood" e uma composição sua, o balanceado "Cantabile" que me põe sempre a abanar o esqueleto, acompanhado pelo mestre vassoureiro Steve Gadd na bateria e Anthony Jackson no baixo.

 

           
Discografia sugerida:
"100 Hearts" - 1993
"Pianism" com Palle Danielsson (baixo) e ElliotZigmund (bateria) - 1985
"Power of Three" com Jim Hall (guitarra) e Wayne Shorter (Sax soprano e tenor)
"Marvellous" com Dave Holland (baixo, Tony Williams (bateria) e Graffiti Strig Quartet - 1994
"Solo Live" - 1999 (disco lançado postumamente)

 

 

 

publicado às 19:50
modificado por jpt a 11/7/14 às 04:35


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