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Pois o Natal é quando um homem quiser ... Que melhor para comemorar a época festiva, o dia natalício, o fim do ano e o princípio do seguinte, do que esta majestosa versão. A 9ª de Beethoven, talvez o cume da afirmação do universal no XIX europeu (cume porque foi bem conseguida), tocada e cantada por uma selecção internacional (um "Barbarians" se falássemos de râguebi) conduzida pelo grande divulgador (universalizador) Bernstein. Em Berlim, no dia de Natal de 1989, celebrando o fim do maldito muro, daquela cortina de ferro. Religião, filosofia, arte e estética, política, tudo misturado na reclamação da razão. Assim como que a mostrar o quão confusas são estas palavras. Por isso a música, que não se traduz.

 

Então aqui fica este templo, precioso. O dia de Natal, celebrando o global (aka universal) e o livre.

publicado às 16:22

 

O Rio Ave foi a equipa sensação da época futebolística 85/86 em Portugal, e nela pontificavam, para utilizar um termo dos jornalistas desportivos de então, Quim, Adérito e Nhabola, um trio que segurava a equipa. Outros trios houve antes, como a famosa e temível linha avançada do Sporting CP, o campeão da bola lusa em 81/82, com Oliveira, Manuel Fernandes e Jordão. Há ainda o Cocó, o Ranheta e o Facada na palhaçada e, já que entramos na Arte & Cultura, lembramos os conjuntos musicais Trio Odemira amais os enormes êxitos da sua longa carreira de mais de 50 anos, "Anel de Noivado" e "Onde Está o Amor", as famosas formações de Oscar Peterson ( trios que eram muitas vez de quatro, com guitarristas a compôr o ramalhete...) ou o trio-maravilha de Keith Jarrett com Jack DeJohnette na bateria e Gary Peacock no contrabaixo. Deixemos todos estes referentes que só atestam a parvoíce habitual a par de uma sapiência ímpar e falemos de coisas sérias. Assim, em 1970 na vermelha Moscovo, o soviético não dormia e, enquanto o Ocidente esfregava, decadente, o olho, juntava em Moscovo os monstruosos Richter, Oistrakh e Rostropovich para alegrar os proletários que não sendo de todo o mundo, se uniam, para epifânias como a que segue, interrompendo o sono eterno de Beethoven que, surdo como uma porta, quis ouvir o seu Triplo Concerto interpretado como deve ser.

 

 

publicado às 18:00
modificado por jpt a 28/12/14 às 13:34

Bestial! Mais nada a dizer disto. A não ser que dos quatro movimentos, ficam aqui os dois primeiros (1.Poco adagio -Allegro; 2: Adagio ma non troppo) 


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publicado às 22:01



Sonatas, como os chapéus, há muitas. Mas há 32 compostas por Ludwig van Beethoven e, quando se fala de sonatas, isso faz alguma diferença. Pianistas são como as sonatas: também há muitos e, com certeza, até mais destes que daquelas. Assim, se o grande surdo fosse vivo e com enorme arrogância, sugerir-lhe-ia com risco de vida - talvez uma bengalada nos costados... -,  que ouvisse as interpretações das suas obras pelo enorme, ainda que soviético, Emil Gilels. Talvez lhe passasse o mau feitio que se dizia possuir em abundância. Claro que há mais gente a tocar Beethoven como merece ser tocado e ouvido (Richter, Brendel, Kempf, Ashkenazy, Schnabel e pouquíssimos outros não indisporiam o mouco...) mas hoje ficamos com o Emil.

Se permitem a impertinência, aconselharia a não perderem as interpretações, talvez as melhores gravadas até hoje, das sonatas N.21 em Dó ("Waldstein") e N.23 em Fá menor ("Appassionata") em que Gilels nos senta no chão de boca aberta de tanto piano que lhe sai da alma. Felizmente para nós, a Deutsche Grammophon estava com o microfone atento e ficaram registadas para a eternidade ou para quando Beethoven, qual Messias (não o de Haendel, que me maça um bocado...), se dignar aparecer. 

publicado às 22:42


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