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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
O conjunto - como se designavam dantes as bandas do rock e do pop - Ten Years After confunde-se muitas vezes com o seu líder, o supersónico guitarrista Alvin Lee, e o seu repertório assentava numa mistura de Rock and Roll, Blues e British Blues com algumas incursões psicadélicas. A primeira formação - a clássica - durou de 1967 a 1974 com Alvin na guitarra e voz, o mais que roqueiro baixista Leo Lyons, um virtuoso Chick Churchill nos teclados e o poderoso Ric Lee (não é parente do Alvin que, na verdade, se chamava Graham Anthony Barnes...) na bateria, gravou nesse período 8 discos de estúdio e 3 álbuns ao vivo ("Undead" de 1968 em que se destaca a primeira gravação de "I'm Going Home" a par de duas peças de jazz, o "Live The Filmore East", gravado em 1970 nesse outro templo nova-iorquino e cujas bobines só foram descobertas em 2001, e o mítico duplo "Recorded Live" de 1973. Os TYA garantiram algum sucesso desde o seu surgimento que os atravessou em 1969 de Inglaterra para Woodstock, onde ficará no ouvido a guitarra do pirotécnico Alvin Lee e se este se confunde com os Ten Years After, a Gibson 335 encarnada funde-se nele e ficou como imagem de marca.
O lendário e prestigiado templo londrino The Marquee (onde os Stones fizeram a sua primeira apresentação) na passagem do seu 25º aniversário em 1983, reuniu o grupo, do qual, confesso, sou grande fã (tenho a discografia completa em vinil e em cd, com repetições... e ainda uma ou outra colectânea e alguns dos álbuns a solo do Alvin Lee, o meu "guitar hero" de pré-adolescência...), e aqui fica o registo da função que abre com "Love Like a Man", um dos "riffs" mais conhecidos de "toda a música ró" (relembrando o extraordinário Serafim Saudade/ Herman José), e acaba com "I'm Going Home". De notar que o que segue parece-me editado por quem o disponibilizou no tubo já que o alinhamento dos temas não é o que está no dvd original.
Eric "God" Clapton em grande forma a tocar guitarra acústica - aquilo que dantes se chamava "viola de caixa"... - amais uma rapaziada brava. Um concerto de 1992 sem guitarras eléctricas. Muitos dirão que é audição estafada, tão conhecido que já farta. Pode ser mas é muito bom, muito bom, muito bom! É bonzíssimo (adenda ao Aborto Ortográfico).
E.C. - guitarra e voz
Rapaziada:
Andy Fairweather-Low - guitarra e gaita de beiços (harmónica)
Ray Cooper - Percussão
Nathan East - baixo e coiro
Steve Ferrone - bateria
Chuck Leavell - teclados
Katie Kissoon e Tessa Niles - coiro
Ray Bryant, nascido em Filadélfia na véspera de Natal de 1931, não é tão (re)conhecido como devia. Nos 50's acompanhou Charlie Parker, Miles Davis, Lester Young, foi pianista de Carmen McRae, gravou com Coleman Hawkins e Roy Eldrige, mudou-se depois para Nova Iorque, onde morreu em 2011, e aí tocou com Sonny Rollins ou Charlie Shavers até montar o seu próprio trio. O homem mistura vários estilos e manda muito balanço. Gosto muito de ouvir Bryant a solo e a fazer "blues", mas não passa de coisa minha. Fiquem com "Little Susie", uma composição do próprio Ray Bryant, um bem mexido "In a Mellow Tone", velho "standard" de Ellington, e "Slow Freight", Bryant à desgarrada com Junior Mance, homem de Chicago - quatro mãos e dois pianos , que isto cada um com o seu é que é bonito e não gostamos de misturas... - acompanhados por Bob Cranshaw, contrabaixista de confiança de Rollins e Grady Tate na bateria.
Sugestões:
A solo:
"Alone with the Blues",1958
"Montreux '77", 1977
Em trio:
"Blue Moods" (Rufus Reid - contrabaixo, Freddie Waits - bateria, 1989)
"Through the Years" (Rufus Reid - contrabaixo, Grady Tate - bateria, 2 discos comemorativos dos 60 anos do pianista, 1992)
Eric Clapton is God!
O documentário que está abaixo sobre o deus branco da música negra é de 1987 e daí até hoje muita música correu pela mão do virtuoso Clapton,mas, e de qualquer modo, o seu lugar entre os maiores já há muito estava garantido. Sou fã à séria do homem, que querem... Uma nota, já agora que estamos num registo de intimidade: "E.C. Was Here", um álbum gravado ao vivo de 1974, passou e continua a passar um pouco ao lado dos ouvidos da rapaziada e da crítica especializada. Se calhar porque é muito bom. Para mim, as versões de "Have You Ever Loved a Woman, "Drifting Blues", "Can't Find My Way Home, "Ramblin' on my Mind" e de um balançado "Further on up the Road", estão entre o melhor de Clapton, e, para não faltar a parvoíce habitual, diria que são o cream de la crème... Para quem não apanhou o trocadilho, lembro que Eric Clapton formou com Jack Bruce e Ginger Baker, um super-grupo de blues-rock de duração limitada (1966/69), uma das bandas (como agora se diz) mais influentes ao tempo.