Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



 

O grande António Chaínho. E como abaixo o MFV fez o favor de recordar tempos em que o fado, cultura popular, urbana, era considerado "fáxista", e como tal por tantos desprezado, apetece-me recordar Rão Kyao. Eu era jovem e como nunca foi estudioso da coisa não posso afiançar mas fiquei com a memória de que o "Fado Bailado", ali por inícios dos anos 1980s (1982?), vindo de alguém que aparecia no Cascais Jazz (então um "must"), foi uma das formas de recuperação do fado junto de sectores mais alargados de ouvintes. Esses tempos, que até foram breves sob o ponto de vista da história, alguns anos apenas, vão sendo esquecidos. Eu recordo-me (e já aqui o lembrei) de ver a extrema Amália no Coliseu dos Recreios, então a grande sala de Lisboa. Era a sua primeira vez ali, em 1985! Num espectáculo organizado de modo acabrunhante, com António Sala a vender "varinhas mágicas" no meio. Certo que nem isso apoucou Amália e o imenso público ali em adoração. Mas era assim. Então aqui fica o Rão Kyao, com o seu jazzy [falso, que ali é só fado], então a levar o fado a tantos dos mais novos.

 

 

O fado não precisa, nem nunca precisou de ser legitimado. Ir buscar coisas algo excêntricas que com ele namoram (ou até o são) não é para, qual basbaque, o afirmar. Mas serve para mostrar o quão pode ser mais do que os "des-gostantes" julgam que desgostam. Por exemplo Maria João, que há muitos que não apreciam (já lhe ouvi chamar histriónica), mas que eu adoro [não arranjo uma gravação limpa, aqui a canção "conspurcada" com o filme].

 

 

Ou esta parceria. "Inteligente."

 


 

Ou ainda esta, como se miscelânea, a mostrar a plasticidade do fado, não apenas algo acantonável. Não é um momento particularmente engrandecedor, mas a música não se faz apenas disso. E vale sempre ouvir Zel cantar "adoro essas feições belas / como um crente adora Deus". Sim, "como é possível gostar / de quem nos faz tanto mal"?

 

 

jpt

publicado às 10:22


Bloguistas







Tags

Todos os Assuntos