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Hoje duas sessões simultâneas de apresentação de quatro livros, não há dúvida que Maio anda animado em Maputo. Na ECA às 17.30 apresentação de dois deles, projectos apoiados pela Kulungwana e editados pela Marimbique: "Kikiriki", um trabalho de Ciro Pereira sobre o maestro Filipe Machiana, muito apetecível, já aqui ao meu lado. E o "A Alegria é uma Coisa Rara", história da música em Lourenço Marques, de António Sopa, um livro verdadeiramente soberbo, que estou a acabar de ler e que mais do que recomendo, absolutamente imperdível. 

 

No Camões, casa que obviamente reanimou, Adelino Timóteo apresenta às 18 horas dois livros publicados pela Alcance, "Nós, os de Macurungo" e "Não Chores Carmen".

 

 

 

 

Amanhã, também por aquela hora das 18 horas, e também no Camões, é apresentada a edição moçambicana (Ndjira) do último livro de João Paulo Borges Coelho, "Rainhas da Noite". Que já li e muito recomendo. Mas sobre o jpbc está o ma-schamba cheio de elogios, não se justifica continuá-los, qual ladainha. Apenas ecoar. O livro, que saíu em edição portuguesa há alguns meses, já foi lido por vários amigos e amigas meus. Que sendo leitores habituais do autor enchem de elogios este seu último. Como tal recomendável.

 

 

 

 

publicado às 09:15

Exposição de Ciro Pereira

por jpt, em 04.05.10

Um individual de Ciro Pereira no Instituto Camões. Abertura esta semana, presumo que estará à nossa disposição durante pelo menos durante quinze dias.

jpt

publicado às 15:54

Interessante iniciativa, esta transposição para sítio informático da exposição colectiva Intersecções, que integra obras de Ídasse, Malangatana, Chichorro entre outros, uma iniciativa do Consulado-Geral de Portugal em Maputo (av. Mao-Tsé-Tung). Inaugurada há já um mês estará visitável até amanhã, domingo dia eleitoral. Mais uma boa acção da actual cônsul, Graça Gonçalves Pereira.

Adenda: esta exposição foi também objecto da realização de um blog, o Intersecções.

publicado às 03:47

afinal ficou. O ar condicionado acabou por não ser instalado. In extremis, intervenção de quem de direito. Está lá um buraco, o destinado ao tubo. Mas reparável. Trabalho para Ciro.

publicado às 11:15

O não dia-a-dia

por jpt, em 07.03.06

O mural de Bento Mukezwane e Ciro Pereira (1998) no campus da UEM escavacado para se instalar um ar condicionado. Não é só um mural. É o único que Bento pintou, antes do estúpido cancro o matar tão novo. Para um ar condicionado?

publicado às 09:11

Imagem Passa Palavra

por jpt, em 07.11.04
O projecto IDENTIDADES, almeado por José Paiva, lançou esta semana em Maputo "Imagem Passa Palavra", um livro que associa obras de 50 artistas plásticos e 50 escritores dos países de língua oficial portuguesa.

IDENTIDADES é um belo projecto de articulação, centralizado na Cooperativa Gesto (Porto), na Faculdade de Belas Artes do Porto e na Escola de Artes Visuais (Maputo). Desde 1996 que tem desenvolvido as suas actividades, de modo constante. E com muito boa onda. Rara. Para além das manifestações artísticas e da interligação pedagógica, esta muito frutuosa, o IDENTIDADES conseguiu por ora incluir a Faculdade de Arquitectura do Porto no projectar da futura Escola de Artes Visuais aqui.

Muito honestamente Paiva e sua gente, bem como a EAV, têm dado um exemplo de como com algum apoio institucional, nada faraónico, se podem produzir belos e duradouros frutos na "cooperação" cultural. E, repito, têm muito boa onda. Em linguagem mais séria, entenda-se mais política, dir-se-á que têm a atitude correcta para quem faz coisas num estrangeiro muito especial. Um estrangeiro mútuo. Enfim, são um case-study. Aliás a ser feito. Que venha a servir para consulta aos candidatos a profissionais!


"IDENTIDADES é um movimento artístico, iniciado em 1996, com um programa de intercâmbio cultural entre Moçambique e Portugal. Desde aí tem cumprido diversos projectos e realizações, partilhadas também por pessoas de Brasil e Cabo Verde, países ligados pela língua portuguesa.

Em 200, o IDENTIDADES inicia a sua actividade editorial em livro com o lançamento da "Colectânea Breve da Literatura Moçambicana". Este livro reúne prosa e poesia (inédita ou não) de escritores moçambicanos, quer jovens, quer consagrados. (...)


A teia de relações que se estabeleceu ... animou-nos para a continuação da actividade editorial... Nesta nova obra invertemos a corrente: a imagem foi realizada primeiro, por 50 artistas plásticos...A partir das imagens, os escritores desafiados escreveram 50 textos inéditos, sendo que ficou estabelecido que os "duetos" não deveriam ser formados por pessoas da mesma nacionalidade (...)

Identidades, 2004".

Do livro retiro algumas ilustrações, ao meu gosto. Para provar que vale a pena? Sim, mas acima de tudo por prazer. E amizade. Assim aqui ficam pequenos excertos, de onde há muito mais.

O Velho ainda legou este:

Minha pausada forma de respirar.
Meu impestanável silêncio absorto.
A cabeça inclinada para o lado inverso
e nos lençóis a imobilidade dos dedos
não significa para a jovem nua deitada à esquerda
que o Zé da viagem aos cios do grande rio Zambeze
regressa ao Zé dos imenso lago Niassa do tédio?

(José Craveirinha)


(Rui Assubuji)

Suleiman Cassamo está, e é sempre bom sabê-lo na escrita. Faz falta. Em especial quando vem dizer: "Agora, o menino ranhoso que mijava no ntehê, nas costas da mãe, é dono do seu nariz. Acredita não ter inventado não só a vela mas também o vento da sua errante navegação. Revê-se na aranha, traçando o seu destino cósmico com a matéria da própria saliva".


(Ciro Pereira, fragmento)

Guita Jr. numa prosa até longa que lhe desconhecia, com a bela história de "Jesuíno Zaqueu, o Zaqueu para toda a gente da pequena e humilde cidade do sul, cantava cego o seu refrão para os transeuntes surdos da sua canção...Uma existência de total remissão. De pecado."


(Gemuce, fragmento)

Panguana também veio, para acabar: "E de vez em quando um pássaro que irrompe casa adentro e ensaia um cântico sempre que o poeta, triunfante, olha para o poema acabado e grita: Eureka!"



(Idasse, fragmento)


E muitos outros, daqui e não.

Confesso que estes livros, coisas objecto, colectâneas-encomendas, nunca me dizem assim nada, quase sempre falham. Coisa diferente aqui. Alquimia. Talvez a alquimia do IDENTIDADES.

publicado às 08:16


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