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por jpt, em 13.08.09

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Assim como "quem não quer a coisa" compra-se o enésimo Robinson, agora versão de bolso - aparentando nova tradução (M. Henriques, revista por Alice Vieira) -, lê-se mais uma vez, consciente dos vários níveis de interpretação de tudo aquilo. Mas mais do que tudo continua a paixão, diante de toda aquela descrição, todo o indivíduo ali feito-demonstrado, toda a angústia face ao canibal, toda a venturosa acção culminante. Continua o frisson até às páginas finais. A seguir, fim-de-semana com Stevenson (A Ilha do Tesouro).

 

"Os cabelos eram compridos e negros, mas não crespos; a testa, larga e elevada; os olhos, brilhantes e cheios de fogo. A cor da pele não era negra, mas bastante escura, sem aquele tom amarelo desagradável dos indígenas do Brasil, da Virgínia e de outros naturais da América; aproximava-se, antes, de uma cor de azeitona escura, bastante agradável, mas muito difícil de descrever. (...)

 

Logo que me avistou, veio a correr para mim, arrojou-se de joelhos com todos os sinais do mais humilde reconhecimento, executando uma porção de gestos estranhos para o manifestar.

 

Finalmente, colou a testa ao chão, muito perto do meu pé, que agarrou, e fez descansar sobre a sua cabeça; depois fez-me todos os sinais imagináveis de submissão para me revelar que queria servir-me toda a sua vida.

 

Eu compreendia a maior parte daqueles sinais e procurava demonstrar-lhe que estava muito contente com ele. Depois tratei de lhe falar e de lhe ensinar a responder-me. Tratei também de lhe fazer compreender o nome que lhe pusera, que era Sexta-Feira, por ser esse o dia da semana em que lhe salvei a vida. Ensinei-o igualmente a chamar-me amo, e a dizer sim e não, fazendo-o compreender o que as ditas palavras significavam." (pp. 181-182).

 

(Daniel Defoe, As Aventuras de Robinson Crusoe, Alfragide, Leya, 2009, tradução de M. Henriques)

publicado às 12:38

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por jpt, em 25.09.05

"We had no such thing as printed newspapers in those days to spread rumours and report of things, and to improve them by the invention of men, as I lived to see practised since."

[Daniel Defoe, A Journal of the Plague Year, N.Y., Dover Pub., 2001, p. 1]

publicado às 01:55


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