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35 anos de independência de Moçambique cumprem-se agora. Há exactamente seis anos aqui coloquei esta entrada, evocando a data. São hoje tão diferentes os leitores do ma-schamba que acho justificável a repetição:

 

1. Dia de constituição da Frelimo (1962).

 

FRELIMO/KATIKA KUPIGANA NA/UKOLONI NA UBEBERU/25 SETEMBRO, offset 2 cores, Frelimo, Dar-es-Salaam 19 (AHM 80), retirado de B. Salstrom, A. Sopa (1988), Catálogo dos Cartazes de Moçambique, Arquivo Histórico de Moçambique

 

2. Independência antecedida da viagem de Samora Machel "De Norte a Sul de Moçambique" - a célebre viagem "do Rovuma ao Maputo"

 

retirado de A. SOPA (coord.) (2001), Samora. Homem do Povo, Maputo, Maguezo Editores

 

 

3. Declaração da Independência de Moçambique (1975)

 

25 de JUNHO DE 1975 / INDEPENDÊNCIA DE MOÇAMBIQUE, offset 2 cores, José Freire, DNPP, Maputo 1975 (AHM 96), retirado de B. Salstrom, A. Sopa (1988), Catálogo dos Cartazes de Moçambique, Arquivo Histórico de Moçambique

 

Discurso de proclamação da independência de Moçambique no estádio da Machava  (colecção Telecine), retirado de A. Sopa (coord.) (2001), Samora. Homem do Povo, Maputo, Maguezo Editores

 

 

A mudança de bandeiras:  "Independência de Moçambique" de Dino Jehá, retirado de F. Ribeiro (coord.) (2003), Exposição Moçambique: Vida e História em Psikhelekedana.

 

jpt

publicado às 23:50

Campanha propagandística

por jpt, em 28.02.07

polissemia? (Quelimane, 2006)

publicado às 07:16

Bazarketing

por jpt, em 08.02.05

[Bazarketing, de Thiago Fonseca, Maputo, Ndjira, 2004]

 

Bazarketing: "a palavra marketing vem de market que significa mercado. Mas, quando esse Mercado ainda não existe, e se comporta como um Bazar, que outro nome se poderia dar? Isso mesmo, Bazarketing!" Um muito interessante livro de um dos mais bem sucedidos publicitários moçambicanos, o homem da "Golo", ao que consta de linhagem do ofício, o seu avô terá sido fundador da agenda - não estou certo desta informação, não conheço o autor, mas é sempre bela esta ideia do mester de família.

 

Um livro sobre publicidade e marketing em mercados emergentes, a colher a atenção dos profissionais. Mas também de quem quer olhar Moçambique, neste caso quais as imagens e produtos se querem transmitir e vender, no hoje e para o futuro. E de como se procura realizar tais tarefas, espelho de como se compreende o país. E nele se actua.

 

Entre outros quero realçar dois pontos, abordados no livro. A afirmação, fruto de uma reflexão prática, da necessidade de um olhar local, livre dos modelos conceptuais, estéticos e práticos importados, dos padrões julgados "elevados" "produtivos", que antes se diziam "civilizados": aqui se defende, sobre os louros de sucesso anterior, o "Bazarketing e o Pensamento Local", o "Pense localmente. Actue localmente.", um saber que afirma, eficiente e reflexivo, "Os enlatados versus o Bazarketing". Não resisto a citar:"Enquanto o mundo pretende demonstrar que as pessoas estão cada vez mais iguais, a verdadeira oportunidade está em reconhecer que, na verdade, estão e são cada vez mais diferentes e únicas."As estratégias de marketing que funcionam no 1º mundo não funcionam necessariamente num mercado emergente. É como um Rolls Royce ou um Ferrari. São óptimos. Mas não foram desenhados para as nossas estradas, cheias de buracos. Aqui funciona melhor um 4X4. Esta adequação é a diferença entre marketing e bazarketing." (37-38)

 

Parece óbvio? Assim escrito parecerá, mas o que realmente se passa no enorme resto é a constância do pensamento exportador, de modelos, práticas e valores. Pensamento preguiçoso, indigente. E falhando, falido. Mas que fica bem em casa, pois não ofende sensibilidades e sofás lá do "norte" (esse que se sabe não ser geográfico, claro está).

 

Não falo apenas em publicidade/marketing, dos quais pouco (ou nada) percebo. Estou mesmo a aproveitá-lo, extrapolação para referir as opiniões/actuações na política, na economia, na organização social, nas relações culturais (então sobre isto...).

 

E como é refrescante ler isto, preto no branco, proveniente de um discurso empresarial e pró-empresarial, esse que exige intelecto a actuar. E assim não o impedindo de pensar. (E, já que isto é blog, há por esses caminhos bloguistas tanto excitadozinho vociferando contra um tal de "relativismo"-papão sobre o qual nada sabem que conviria ler umas páginas sobre publicidade moçambicana. Para se lhe poder dizer, em caso de paciência suficiente, que se o alter-ismo pode ser muito irritante o auto-ismo deles é nada).  

 

Um segundo ponto, e este mais problemático. Estamos a ler sobre o moldar de um mercado, dos indivíduos. É explícito o desafio posto ao(s) publicitário(s). Em Moçambique os indivíduos ainda não são indivíduos-consumidores, estão virgens de "marcas", são quase uma tábua rasa quanto a afectos face aos signos estatutários, as "nike" e "gilletes" que os demarcam e denotam. Para o profissional acredito que seja apaixonante o desafio, o de criar vínculos deste tipo, reproduzíveis a longo prazo. Para o leitor fica um documento sobre a produção não apenas desses vínculos entre produtos e consumidores, mas sim da produção de necessidades, valores, práticas (de consumo). Mediadas por nomes, o dos clientes - fornecedores. Na prática estamos a falar da produção de indivíduos. Assim. Consumidores induzidos e balizados.

 

Enfim, um caminho. Muito discutível, também. Para memória aqui deixo imagens de duas campanhas institucionais, belissimamente desenhadas (se eficientes já não sei, não tenho dados): a mais violenta, violentissima mesmo, campanha dedicada à luta contra o Sida, e uma fantástica (e recente) sobre a prevenção da malária.À margem do livro, mas por ele lembrado, é sempre interessante recordar que quem menos interroga os efeitos profundos da publicidade é quem mais absolutiza o "indivíduo", o retira destes processos de formação e produção, quem o vê livre e igual no mercado. Leve ideologia. Mas poderosa. Talvez mesmo por ser tão leve, nada custa a carregar.

publicado às 10:58

Cartaz

por jpt, em 19.09.04

Intermark E.E., encomenda FAO/UN, 1983

[reproduzido de Upfront and Personal. Three Decades of Political Graphics. From the United Kingdom plus Southern African Political Graphics, British Council South Africa, 2004]

publicado às 16:17

Upfront and Personal

por jpt, em 19.09.04

Uma belissima exposição de grafismo socio-político dos últimos trinta anos, incluindo material do Reino Unido, Botswana, África do Sul e Moçambique: "Upfront and Personal. Three Decades of Political Graphics from the United Kingdom plus Southern Africa Political Graphics", uma produção do British Council. Exposição originalmente dedicada ao material britânico e sul-africano e que tem vindo a ser complementada (e bem, em particular no caso moçambicano) com material dos países na qual ela é apresentada. A exposição é muito bem conseguida. Mas, e em particular no caso britânico, é politicamente enviesada, ou seja há um total predomínio do grafismo socio-político de esquerda, como se essa técnica comunicacional não fosse utilizada em todos os locais do espectro ideológico. A mim parece censura. Uma censura do comissariado do British Council. Típico de alguma esquerda, estas derivas censórias (um censor é sempre ignorante, claro). Mas não só. É também um caso típico do apagamento das forças mais conservadoras para "africano ver", um processo que procura apresentar as sociedades dos ex-colonizadores como desprovidos daquilo que mais rapida e superficialmente possa aqui ser associado ao regime colonial, ou aos seus herdeiros.

 

"Public relations" que é generalizado aos ex-colonizadores, tiques que se reconhecem de imediato. Aparentando pontes ideológicas entre as sociedades, falsas não porque ideológicas mas porque escondendo as diferentes realidades, as diferentes complexidades. Enfim, uma exposição de grafismo socio-político que é ela própria, e falo no material britânico em particular, um caso de grafismo político. (Ou seja, uma censura não apenas ignorante. Uma enviesamento que é arma política: o "sempre simpático" neo-colonialismo da esquerda europeia). Deste modo, um piscar de olhos à opinião pública dos países receptores da exposição? Talvez. Mas, curiosamente, mais abrangentes são as exposições relativas ao material desses países. Enfim, as eternas contradições que os "mais papistas que o Papa" provocam.

 

Mas esta crítica não impede de a considerar uma exposição a não perder. Até 8 de Outubro no Centro de Estudos Brasileiros. E ainda de assinalar, guloso, a distribuição gratuita de catálogos exaustivos e de muito boa qualidade. Bela oferta do BC.

publicado às 06:21

1. Dia de constituição da Frelimo (1962).

FRELIMO/KATIKA KUPIGANA NA/UKOLONI NA UBEBERU/25 SETEMBRO, offset 2 cores, Frelimo, Dar-es-Salaam 19 (AHM 80)

retirado de B. Salstrom, A. Sopa (1988), Catálogo dos Cartazes de Moçambique, AHM2. Independência antecedida da viagem de Samora Machel "De Norte a Sul de Moçambique" - a célebre viagem "do Rovuma ao Maputo"retirado de A. SOPA (coord.) (2001), Samora. Homem do Povo, Maputo, Maguezo Editores3. Declaração da Independência de Moçambique (1975) 25 de JUNHO DE 1975 / INDEPENDÊNCIA DE MOÇAMBIQUE, offset 2 cores, José Freire, DNPP, Maputo 1975 (AHM 96)retirado de B. Salstrom, A. Sopa (1988), Catálogo dos Cartazes de Moçambique, AHMDiscurso no estádio da Machava, proclamando a independência de Moçambique (colecção Telecine), retirado de A. Sopa (coord.) (2001), Samora. Homem do Povo, Maputo, Maguezo EditoresA mudança de bandeiras: "Independência de Moçambique" de Dino Jehá, retirado de F. Ribeiro (coord.) (2003), Exposição Moçambique: Vida e História em Psikhelekedana

publicado às 15:47


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