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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
[E. M. Forster, Um Quarto com Vista, Editorial Labirinto, 1986 (tradução de Salvato Telles de Menezes e Paula Cristina R. Simões)]
Releitura desiludida, decerto a idade (minha) a desmerecer a trama que acompanhou o auto-desvendar da menina do vestido cor de cereja. Ficam alguns trechos...
[E uma má tradução, tipo apologetically por apologeticamente, mais algum empastado que se prevê não original, até um mau anglofóno como eu o imagina. E, o que lhe é mais vasto, a irritação de não se traduzirem os termos de tratamento (Mr., Miss, Mrs.) - é costume quando do inglês mas não quando de outras línguas. Por vezes se o original é francês mas nunca se em polaco, mandarim ou swahili. Norma, não presumível familiaridade do leitor com a língua original, é o que se pretende. Ou não?]
"Dentro de casa, tomando chá com a velha Mrs. Buttersworth, reflectiu na impossibilidade de adivinhar o futuro com o mínimo de precisão; na impossibilidade de analisar a vida. Basta uma falha no cenário, o olhar de alguém no público, a irrupção deste para o palco, e tudo aquilo que planeámos deixa de ter sentido ou, paradoxalmente, uma justificação plena." (155)
"O reino da música não faz parte deste mundo. Nele só têm lugar aqueles que foram rejeitados igualmente pela formação, intelecto e cultura. A pessoa vulgar começa a tocar e atinge, sem dificuldade, o empírico. Maravilhados, olhamos para cima, reparamos como ela se nos escapa e reconhecemos que a poderíamos adorar e amar se traduzisse as suas visões em palavras, as suas experiências em acções terrenas. Talvez não o possa fazer, de certeza que não." (37)